Feira de calçados BFSHOW estará 30% maior em maio

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Principal feira de calçados da América Latina, a BFSHOW estará 30% maior na sua quarta edição. O evento, que acontece entre 19 e 21 de maio, no Distrito Anhembi, em São Paulo/SP, terá um espaço total de 31,9 mil metros quadrados, ante 22,5 mil metros da edição de maio de 2024. Promovida pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) com organização da NürnbergMesse Brasil, a quarta edição da mostra já tem mais de 80% dos espaços comercializados.   O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, conta que, apesar do cenário ainda nebuloso, principalmente no mercado internacional, as expectativas para a feira são bastante positivas. "As coleções de Verão, que serão apresentadas na BFSHOW, respondem por mais de 70% das vendas da indústria brasileira de calçados. Tanto os expositores quanto os visitantes entenderam que esse é o momento ideal para abastecer seus estoques para um ano em que prevemos crescimento produtivo de 2%, principalmente a...

LITERATURA: Uma seleção de livros para você

Romance da paulista Waléria Leme, "Rasgando o pano" eterniza soldados que defenderam o Brasil contra os nazistas


Eclode a Segunda Guerra Mundial, e quando um submarino alemão afunda navios brasileiros, Getúlio Vargas envia soldados para lutar contra os nazistas na Europa. Este conturbado momento histórico guia o enredo de Rasgando o pano, lançamento da paulista Waléria Leme. O romance convida o leitor a mergulhar nas memórias de quem viveu intensamente as décadas de 1930 e 40, em que o Brasil vivia a ditadura no Estado Novo.

A partir do subtítulo Uma jovem decidida, um estudante idealista e uma guerra não escolhida, a autora contextualiza os encontros e desencontros de Maria Isabel e Otávio, protagonistas da obra. O ano é 1938 e, na capital paulista, a jovem rica e filha de um fazendeiro de café se apaixona por um estudante de direito, pobre, e neto de imigrantes italianos.

Para viver este amor, os dois precisarão lutar contra os preconceitos e obstáculos impostos pelo pai de Isa, que não aprova a relação. Como se não bastasse, o jovem Otávio é enviado pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar contra os nazistas. Rasgando o pano é uma referência às rajadas das metralhadoras MG-42, empunhadas pelos alemães na guerra.

O distintivo brasileiro, que antes era um escudo verde, muda para um
retângulo amarelo com bordas vermelhas, uma tarja azul e no centro
uma cobra verde fumando. Os americanos, vendo aquilo, apelidam os
brasileiros de "Smoking snake".
(Rasgando o pano, p. 305)

Além das pesquisas sobre a realidade da época, Waléria recorreu às lembranças do pai – hoje com 93 anos de idade –, que acompanhou aflito o desenrolar da guerra e relatos de familiares de pracinhas. Notas de rodapé ajudam o leitor a entender palavras e referências específicas não mais usuais.

Rasgando o pano abraça a realidade ao trazer temas de importante discussão na vida real, como imposições sociais, empoderamento feminino, sexualidade e representatividade LGBTQIA+. A história de Enrico, irmão do protagonista, revela uma crítica à sociedade da época, que retrata as tentativas de "cura" aos homossexuais.

FICHA TÉCNICA

Título: Rasgando o pano
Autora: Waléria Leme
ISBN/ASIN: 978-65-5899-430-5
Formato: 16x23 cm
Páginas: 324
Preço: R$ 43,30
Onde comprar: Mercado Livre (livro físico) e Amazon (eBook)






Sobre a autora: Waléria Leme é escritora e contadora. Nasceu em São Paulo capital, ano de 1964, início da Ditadura Militar. Formou-se em Ciências contábeis pela Universidade São Judas Tadeu, e conquistou o cargo de contadora da Secretaria da Fazenda de São Paulo, onde foi responsável pelo Balanço do estado em 1990. Posteriormente foi auditora do Tribunal de Contas de SP, onde se aposentou. Rasgando o pano é seu segundo trabalho na literatura, o primeiro livro, Adotar uma criança: eu tentei, foi lançado em 2020 e conta uma experiência vivida pela autora.

Redes sociais:
Facebook: waleriaoleme
Instagram: @walerialeme
Tiktok: @walerialeme





Divulgação/Waléria Leme




Divulgação/Waléria Leme





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Em "Cães da Amazônia", premiado cineasta Paulo Nascimento revisita os filmes de Charles Bronson na história de um pai vingativo que precisa salvar a filha das mãos de madeireiros


Após 30 anos dedicados ao trabalho como segurança e motorista de uma família milionária, Antonio é demitido quando o herdeiro do Grupo Souza e Silva assume a presidência da empresa.

No mesmo dia, sua filha Lia é capturada na Floresta Amazônica por um grupo de traficantes de madeira. Agora, o pai terá que usar todo seu treinamento de combate para resgatar a filha e única parente das mãos dos criminosos.

Ao estilo dos filmes de Charles Bronson e com discussões sobre preservação ambiental, o leitor é levado a uma missão de resgate em Cães da Amazônia, de Paulo Nascimento. Retomando as narrativas de pais vingativos, o romance revela o choque de gerações entre um pai que coloca o trabalho à frente de qualquer coisa e a filha idealista e questionadora.

Enquanto Antonio é um habilidoso atirador e exímio guarda-costas, Lia é uma jovem bióloga cuja missão é contribuir para salvar o mundo do desmatamento. São estes ideais vão colocá-la em uma situação extremamente arriscada na Floresta Amazônica.

Nem mesmo com a violenta morte da esposa, Antonio colocou em prática seu plano de vingança usando o treinamento que recebeu no exército israelense. Ele sabia que não podia correr o risco de deixar a pequena Lia sem família. Porém, agora, tudo mudou. A vida de sua filha está em risco e toda a indenização que recebeu na demissão será usada para enfrentar os madeireiros que a sequestraram.

Pela primeira vez, Antonio confessou à filha ter pensado sobre um plano para se vingar dos caras que haviam ceifado a vida
de seu grande amor. Ele chorou, e isso foi algo que Lia nunca havia visto, a não ser no enterro da mãe.
Contou que tinha tudo pronto em sua cabeça para encontrar os dois assassinos, algo que a polícia não fez, e acabar com eles.
Seria arriscado? Sim, muito. Mas por um tempo ficara cego, só pensava nisso.
Lia não sabia, mas foi por causa dela que Antonio desistira da vingança.

(Cães da Amazônia, p. 38)

Em Cães da Amazônia, o cineasta e escritor Paulo Nascimento coloca o conservadorismo e a truculência das gerações passadas para o lado do pensamento progressista. Uma divertida e contraditória narrativa sobre os valores familiares e a desvalorização da vida cometida por grandes corporações.


FICHA TÉCNICA
Título: Cães da Amazônia
Autor: Paulo Nascimento
Editora:
Citadel
ISBN/ASIN:
9786550471705
Páginas:
128
Preço
: R$ 46,90
Onde comprar:
Amazon



Sobre o autor: Paulo Nascimento é um contador de histórias independente do meio: cinema, TV, livros, streaming. É escritor, diretor, produtor e roteirista, com mais de dez longas-metragens lançados, séries para TV e plataformas, premiado no Brasil e no exterior pelo seu trabalho. Em "Cães da Amazônia", Paulo Nascimento conta uma história eletrizante inspirada nos filmes de ação que assistiu ao longo da vida. Foca o homem de meia-idade que é descartado do mercado profissional e passa a ter uma grande missão pessoal a cumprir. Essa capacidade do protagonista oferece uma reflexão para nossos dias, em que as pessoas deixam de ter a chance de provar sua habilidade em função da idade.

 



Divulgação/Citadel Editora




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Inédita Pamonha" vira livro pela editora Citadel com seleção peculiar de episódios que fazem refletir sobre a vida


Projeto iniciado na reinvenção da pandemia por Clóvis de Barros Filho, o podcast Inédita Pamonha toma agora forma de texto em publicação pela Citadel Editora. O que confere ineditismo à iniciativa é o critério adotado pelos idealizadores na seleção: o livro reúne os 10 piores entre quase 150 episódios veiculados nos últimos 30 meses.

E por quê?  "Aqui tudo é mais parecido com a vida de verdade. A nossa, de carne e osso. Sobre a qual você pensa de vez em quando, com a estranha impressão de que tudo se equivale. Porque nada vale. Não em si mesmo", afirma o jornalista e filósofo, ao refutar o que classifica como "ridículas edições teatralizadas", com a lucidez e ironia que lhe são peculiares.  

No podcast, o professor aborda temas do cotidiano, com reflexões semanais sobre uma ideia específica, tida ou não por filosófica. Sem entrevistas, fala apenas ele sobre as coisas da vida. "Desse modo, dispomo-nos a refletir para viver bem. Articulando pensamentos para uma vida boa. Ou, mais modestamente, para a melhor vida possível", escreve.

Sou meu sono, não meu dono, Mistérios da meia noite e Píton, Pitonisa e Pitel entraram na lista dos piores episódios adaptados do conteúdo oral para os textos. Inédita e Pamonha, o primeiro deles, não poderia ficar de fora do destaque 'negativo', até mesmo para que o nome pitoresco do podcast – e do livro – possa ser compreendido.

A inédita pamonha corresponde à inédita experiência de vida,
vivida na irrepetibilidade discreta dos instantes.
Vida sem volta, inclinada para um devir desconhecido,
que só se repete para percipientes grosseiros,
alienados de carteirinha ou covardes que se deixam cegar.
 
Inédita Pamonha, p. 31



FICHA TÉCNICA
Título:
Inédita Pamonha
Subtítulo: Por instantes felizes, virginais e irrepetíveis
Autor: Clóvis de Barros Filho
Editora:
Citadel
ISBN/ASIN:
978-6550471989
Páginas:
224
Preço
: R$ 49,90
Onde comprar: Amazon




Sobre o autor: Doutor e livre-docente pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É autor de vários livros sobre ética, felicidade, autoconhecimento e valores. Palestrante que cativa as mais diversas plateias sem o uso de aparatos tecnológicos. Recorrendo a exemplos do cotidiano e histórias divertidas, ensina conteúdos densos de maneira leve e fascinante.

 





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Sucesso no TikTok, romance contemporâneo da autora best-seller Lucy Score, "As Coisas que Nunca Superamos", chega ao Brasil pela Alta Novel e presenteia o leitor com boas doses de drama e bom-humor


Ser uma noiva em fuga, desempregada, sem celular, que vai até uma cidade desconhecida para ajudar a irmã em apuros, não é tarefa fácil. Ainda mais quando Tina Witt é uma gêmea do mal, rouba o carro da moça, as economias e abandona a filha de 11 anos com a irmã – uma sobrinha que nem sabia da existência. Essa é a realidade encarada pela bondosa Naomi Witt, protagonista da obra As Coisas que Nunca Superamos, novo romance contemporâneo da escritora Lucy Score, best-seller do New York Times, Wall Street Journal, USA Today e da Amazon, que chega ao Brasil pela Alta Novel, selo da Editora Alta Books

Narrado em dois pontos de vista e ao bom estilo enemies-to-lovers e grumpy-sunshine, nesta história o leitor conhece a visão de Naomi, dona de um sarcasmo afiado e uma organização impecável. Aos 36 anos, ela decide escapar do casamento aparentemente perfeito e arriscar tudo na pequena cidade fictícia de Knockemout. Do outro lado está Knox Morgan, um barbeiro solitário, rabugento e mal-humorado que não tolera dramas, especialmente de mulheres carentes e românticas, mas tudo muda quando ele precisa ajudar a protagonista a sair da encrenca que se meteu.  

Percebi como esses limites estavam ficando confusos no meu coração. Eu estava enrascada. E não tinha nada a ver com uma invasão, uma irmã criminosa ou um ex-noivo. 
Eu estava me apaixonando pelo homem pelo qual jurei não me apaixonar. Mas Knox tornou isso possível. Tornou inevitável. 
(As Coisas que Nunca Superamos, p.354)  

Para além do romance, Lucy Score aborda temas delicados que envolvem emoções e saúde mental: traumas familiares, abandono parental e Síndrome do Impostor, já que a protagonista, Naomi, sofre de uma necessidade aguda de agradar aos outros, em detrimento de si, e não consegue estabelecer limites. Knox, por outro lado, tem um passado familiar traumático que o faz, com frequência, manter distância de elos mais profundos. 

Ficha técnica: 
Título: As Coisas que Nunca Superamos 
Título original: Things We Never Got Over 
Autora: Lucy Score 
Editora/selo: Alta Novel 
Edição: 1ª ed., 2023 
ISBN: 978-85-508-1925-9 
Classificação indicativa: + 16 anos 
Páginas: 512 
Formato: 16x23 
Preço: R$ 79,90 (físico) | R$ 71,90 (eBook) 
Link de vendaAmazon 
Lançamento do livro físico: fevereiro/2023 


 
Sobre a autora: Lucy Score é autora best-seller do The New York Times, USA Today, Wall Street Journal e nº 1 Amazon. Escreve comédias românticas e romances contemporâneos. Ela cresceu em uma família de escritores que insistia que a mesa de jantar servia para ler e se formou em jornalismo. Escreve em tempo integral em sua casa na Pensilvânia, que ela e o marido dividem com seu gato irritante, Cleo. Quando não passa horas criando heróis destruidores de corações e heroínas incríveis, Lucy pode ser encontrada no sofá, na cozinha ou na academia. Ela espera um dia escrever de um veleiro, condomínio à beira-mar ou ilha tropical com Wi-Fi confiável. 

Números: Sucesso no TikTok e finalista do prêmio Goodreads Choice Awards 2022 na categoria romance, As Coisas que Nunca Superamos tem mais de 1,5 milhão de cópias vendidas nos Estados Unidos, com o título de Things We Never Got Over. A obra de Score já foi traduzida para 27 países. Lucy também é autora de 24 livros e já vendeu mais de 7 milhões de exemplares das obras ao redor do mundo. 

Redes sociaisInstagram - @scorelucy e Facebook  
Sitewww.lucyscore.net/  





Divulgação | Editora Alta Novel




Autora Lucy Score
Foto por: Brianna Wilbur photo




Divulgação | Editora Alta Novel




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No livro "Contos do Apocalipse", Guilherme Rezk Basílio pondera sobre contradições, angústias e pequenas felicidades dos seres humanos em contextos violentos


Imagine que você sobreviveu ao apocalipse. Todos os seus amigos e familiares morreram, e você é obrigado a passar o restante da vida tentando subsistir. A comida é quase inexistente, a água está poluída e os poucos sobreviventes que encontra podem ser seus piores inimigos. Quem você se tornaria neste cenário? Que atitudes estaria disposto a tomar para seguir em frente? Foi a partir dessas reflexões que Guilherme Rezk Basílio escreveu o livro Contos do Apocalipse: Vida e Morte.

Cada um dos 13 contos apresenta um novo protagonista que enfrenta diferentes problemas em meio ao caos. Em uma das narrativas, por exemplo, um homem abriu mão de um grande amor pelo trabalho e, quando o fim do mundo chegou, arrependeu-se da decisão e do seu passado. Outra personagem é uma mãe, que faz o possível para sua filha não ser afetada pela violência que as rodeia.

Na obra literária, o autor convida o leitor a refletir sobre os sentimentos humanos e como as pessoas podem mudar quando são obrigadas a passar por situações extremas. Questões como amadurecimento, solidão, luto, afeto romântico, laços de amizade e os limites da bondade são levantadas durante a leitura.

Aquelas pessoas queridas com quem convivemos nos moldaram, nos permitiram existir da forma que vivemos.
Como estrelas, elas podem estar mortas hoje, mas ainda vemos seu brilho.
Sempre deveremos observar suas luzes e nos guiar por elas,
nos apaixonar pela vida que ainda temos e explorar as oportunidades dadas pelo universo.
Por isso, mesmo diante da morte, eu devo ser grato.
(Contos do Apocalipse, pg. 71)

Guilherme Rezk apresenta ainda observações sobre a essência das pessoas ao ficarem distantes dos padrões da sociedade. "O que faríamos se não precisássemos nos adequar ao contexto social, pessoal, familiar e profissional?", pondera ele, que começou a trabalhar nos contos em um momento também adverso.

Apaixonado pela literatura desde a infância, deixou seu lado criativo em segundo plano para focar na profissão de oficial da Marinha. Entretanto, durante o isolamento social, após contrair o coronavírus, decidiu retomar a paixão adormecida, ao mesmo tempo que refletia sobre a situação em que estava inserido.

Assim surgiu Contos do Apocalipse, uma distopia capaz de propor reflexões para todos aqueles que viveram a pandemia e perceberam que o fim do mundo, às vezes, está bem perto da realidade.

FICHA TÉCNICA
Título: Contos do Apocalipse: Vida e Morte
Autor: Guilherme Rezk Basílio
Editora: Viseu Editora
ISBN/ASIN: B0B4GPK85B
Formato: 21x14x2 cm
Páginas: 167
Preço: R$ 54,90 (físico) e R$ 9,90 (e-book)
Onde comprar: Amazon



Sobre o autor: Oficial da Marinha e hidrógrafo, Guilherme Rezk Basílio trabalha na área de apoio logístico aos navios de pesquisa das Forças Armadas do Brasil. Exerceu o ofício de piloto e, durante anos, fez viagens de navegação pelo mundo. Encantado pela literatura desde criança, costumava escrever cadernos com histórias de aventura, entretanto, deixou a criatividade de lado para focar na carreira. Quando a pandemia começou, voltou a tornar a escrita um hábito. Sua primeira obra foi o conto "A Cápsula" e, posteriormente, lançou "Contos do Apocalipse: Vida e Morte", seu livro de estreia.

Redes sociais: Instagram | Twitter | LinkedIn | Site



Divulgação / Guilherme Rezk




Divulgação / Guilherme Rezk





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R. Colini convida o leitor a uma jornada de sobrevivência no livro Entre as Chamas, Sob a Água, onde o protagonista transita pelos dois lados da batalha


Na aridez do sertão baiano, com armas em punho sob o sol escaldante, tropas avançam prontas para dizimar civis e enfrentar jagunços que têm como trunfo o conhecimento geográfico - e a capacidade de sobreviver em situação miserável. A fome, a desidratação, as feridas abertas, as privações de sono e descanso rondam ambos os lados, assim como os urubus se aglomeram ansiosos pelas sobras dos embates.

Por esse cenário inóspito, Roosevelt Colini, que assina como R. Colini, convida o leitor a uma jornada de sobrevivência no livro Entre as Chamas, Sob a Água. O romance histórico retrata a brutalidade da Guerra de Canudos, em uma terra banhada em sangue e desesperança, onde a dignidade é arrancada e a humanidade se esvai.

No meio desse massacre, que eviscerou ambos os lados, o protagonista, um jovem combatente do exército brasileiro, perde a empatia, a fé e o propósito. Acostumado às estratégias militares que forjaram os heróis nos campos de batalha, ele logo percebe o despreparo e a incompetência do exército para aquele cenário.

O livro mostra que, sem instrução acerca do comportamento dos jagunços na guerra, o pelotão é surpreendido por um "inimigo invisível". Para sobreviver, o soldado atravessa a trincheira e passa a combater os próprios colegas, enquanto sucumbe à solidão e ao odor podre da guerra.

Afinal de contas, ainda que Canudos acabe sem que eu morra, mesmo se eu não tivesse vivido
entre os dois lados da guerra, sinto que minha vontade de fuga não é vontade de regresso,
porque não gostaria de ver mais ninguém, não gostaria de encontrar meu pai, que saberia,
no momento em que chegasse, que eu estaria destituído de ilusões e que o filho que partiu
não é o mesmo que retorna. Não é vergonha, não é culpa, não é arrependimento;
é ausência devontade de estar entre humanos,é a alma que se foi, farta do que viu.
(Entre as Chamas, Sob a Água, p. 52)

O personagem principal de Entre as Chamas, Sob a Água descreve na calada da noite os horrores que vivencia, com um pequeno lápis em papel. Para não ser descoberto, relata o drama no Arraial em francês, língua incomum aos envolvidos no conflito.

Presenciar a barbárie das degolas, as condições insalubres nos acampamentos, as dores causadas pela fome, sentir o cheiro ocre do sangue misturado a fezes, urina e suor, arrancam a civilidade do protagonista, tornando-o cada vez mais solitário e silencioso. Nesta nova realidade, ele recebe a alcunha de Chico Mudinho e passa a conviver com personagens históricos, como Antônio Conselheiro e João Abade.

Colini, autor do romance Curva do Rio, obra elogiada pela crítica e pelo público, prova que ainda existe um universo humano a ser explorado, interpretado e atualizado em relação a essa batalha histórica.

O escritor oferece uma vigorosa composição literária para marcar uma parte da história brasileira que não deve ser esquecida. A saga do jovem oficial do exército não nos deixa esquecer de homens, mulheres e crianças que tiveram a existência apagada pairando entre o fogo e as águas que afundaram Canudos.


Ficha técnica

Título: Entre as Chamas, Sob a Água
Autor: R. Colini
Editora: Labrador
ISBN/ASIN: B0BKGWPP1X
Páginas: 160
Preço: R$ 49,90
Onde encontrar: Amazon



Sobre o autor

Colini é um escritor que andou fazendo outras coisas por 30 anos e que faz agora meio século de idade. Quando o vagalhão de 1968 acabava de deixar suas últimas espumas na praia e recuava com força ao mar, arrastando aquela geração de volta para as utopias irrealizadas e deixando o cheiro de maresia e AIDS na década de 1980, Colini participou da última leva do movimento estudantil não-profissionalizado. Depois, foi jornalista por dois anos na Folha de S. Paulo e então decidiu batalhar grana virando empresário. Estudou Filosofia e Ciências Sociais na USP, mas não conclui nenhum dos cursos. Escalou dois dos sete cumes mais altos dos continentes: Elbrus e Kilimanjaro. Montou uma operadora de telecomunicações, mas há três anos, delegou a gestão da empresa. Escreveu três romances e dezenas de contos. Daqui para frente, sua vida será focada na escrita.

Conheça as redes sociais do autor

 





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