Com contratações de profissionais renomados do mercado de luxo, a empresa parece estar flertando com essa fatia de mercado. E tudo indica que pode chegar para conquistar.
As marcas de moda de luxo devem ficar atentas ao mais novo concorrente que pode chegar ao mercado: a Apple, que pretende levar sua estética minimalista ao mundo do vestuário e acessórios de luxo, foi o que afirmou Scott Galloway, fundador da L2, empresa de marketing digital, durante uma conferência digital em Nova York.
Galloway, que também é professor de marketing na Stern School of Business, da Universidade de Nova York, onde leciona estratégia de marca e de marketing de luxo, disse que espera que a Apple expanda para categorias de produtos como roupas, bolsas, joias, óculos, relógios e até mesmo bagagem.
Essa pode ter sido a verdadeira razão pela qual a Apple nomeou Angela Ahrendts, CEO de alto escalão da Burberry – como vice-presidente sênior de varejo e e-commerce no mês passado - apesar do que disse a empresa.
"Não há absolutamente nenhuma possibilidade de uma mulher que comanda a marca mais emblemática na moda [Burberry, simplesmente] saia meramente para dirigir as lojas da Apple", disse ele. "Eu não compro essa ideia. No ano passado, ela ganhou US $ 26 milhões, e ela é a queridinha do mundo da moda ".
Sob a direção de Ahrendts a Burberry, conhecido por seu padrão de xadrez icônico e onipresente, passou por uma grande revitalização da marca e uma triplicação das receitas.
“Meu palpite é que a seguinte conversa aconteceu: Nós estamos pensando em ser a marca de prestígio mais formidável e queremos que você tome a frente", disse Galloway.
O problema com a Apple hoje é que é uma marca de luxo inapropriadamente consideradas um negócio de commodity, que por isso sofre uma ‘favelização’ com nomes como Samsung, Motorola e HP, segundo Galloway.
Como resultado, "Eles são Michael Jordan jogando beisebol. Não é o melhor uso de sua marca. Eles são uma marca de prestígio preso em um corpo tech-hardware. "
Outro indício do flerte da Apple com o mundo da moda é a nomeação do ex-CEO da Yves St. Laurent, Paul Deneve, como vice-presidente, chamado para trabalhar num setor sem maiores rótulos de “projetos especiais”. É um cenário que, de fato, faria muito sentido.