Comprar roupas, calçados e acessórios usados está tão na moda que grandes e tradicionais marcas de luxo estão investindo cada vez mais no segmento. Não por acaso o Grupo Kering, dono da Gucci e da Bottega Venetta, investiu 178 milhões de euros na Vestiaire Collective, a maior plataforma de usados da Europa.
Motivos não faltam para que os investimentos cresçam ainda mais. Pesquisa da Wunderman Thompson revela que 72% dos consumidores de moda já adquiriram itens de segunda mão ou estão dispostos a isso. No Brasil não é diferente. Em 2022, as vendas dos brechós cresceram 29,6%, segundo dados do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo. Alimentado por uma preocupação maior da sociedade com os impactos ambientais da produção têxtil, o mercado de artigos de moda usados deverá crescer entre 15% e 20% até 2030, de acordo com estudo realizado pela consultoria Boston Consulting Group (BCG).
Foi com o objetivo de incentivar o consumo consciente que as empresárias Carolina Serrano e Lucila Lara Campos Traldi ingressaram no universo da economia circular. Em novembro de 2021 abriram em São Paulo, o New4another, brechó especializado em itens de luxo que tem como objetivo ser reconhecido como referência no segmento de secondhand em atendimento e confiabilidade.
Tudo começou com 400 peças seminovas, entre roupas e acessórios de grife, arrecadas no closed de amigas”, lembra Carolina Serrano, sócia-proprietária. “Hoje o acervo conta com mais de 3000 peças, com preços que variam de R$ 300 a R$ 59 mil”. O tíquete médio fica na casa dos R$ 1,8 mil. Com curadoria apurada e certificação de origem, o New4another cresce em média 300% ao ano, registrando uma média de vendas de mais de 25 itens por mês, entre bolsas e acessórios. Entre as mais cobiçadas estão, as bolsas da Chanel, Valentino, Prada, Yves Saint Laurent, Fendi entre outras. Mas, quem busca por uma autêntica peça de grife para o guarda-roupa não se decepcionará. Há modelos das marcas acima, Zimmermann, Diane Von Furstenberg, Just Cavalli, Christian Lacroix entre outras.
Dispostas a expandir as fronteiras para além da capital paulista, as sócias criaram em 2022 um marketplace, que nos primeiros seis meses somou 100 fornecedores. Hoje já são 170. “O maior desafio não é compor o estoque, mas, sim, trabalhar com as vendas on-line, que exigem meios de pagamento muito afinados e uma logística de entrega muito apurada”, afirma Serrano.
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