Mudanças no cálculo do INCC oferecem estabilidade para quem quer comprar imóvel na planta
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Para quem compra ainda em fase de construção, os valores das parcelas devem apresentar menor oscilação a partir dos próximos meses
Uma das novidades no setor de construção civil este ano foi a mudança no cálculo do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo cálculo e divulgação do índice, incluiu na nova conta outros subgrupos e itens que impactam o segmento. Entre as construtoras, a expectativa é que esse novo formato contribua para a formatação dos preços dos imóveis comercializados ainda na planta. Paulo Kucher, vice-presidente comercial da Lyx Engenharia, afirma que a mudança deve contribuir com quem pretende investir em imóveis ao longo de 2023, já que os valores das parcelas devem apresentar menor oscilação a partir dos próximos meses.
Kucher explica que o INCC é calculado a partir da composição de produtos e serviços utilizados na construção civil. Com a mudança no cálculo, alguns itens foram substituídos para permitir uma conta mais próxima da realidade do mercado. Além disso, ele salienta que o índice já vinha apresentando tendência de queda desde meados de 2022.
Entre janeiro e março deste ano, o acumulado foi de 0,81%. Em 2022, nesse mesmo período chegou a 1,95%. "Isso mostra uma tendência, ou seja, uma desaceleração na subida de preço dos insumos na hora de construir", esclarece.
Segundo ele, isso não quer dizer que vai ocorrer uma redução nos preços dos imóveis. "O impacto do INCC sobre a valorização dos imóveis é que tende a ser menor, provavelmente em função do momento econômico que o país enfrenta hoje", explica.
O INCC impacta diretamente no bolso de quem comprou ou pretende comprar um imóvel na planta. Como o índice é atualizado mensalmente, o vice-presidente comercial da Lyx explica que a tendência é que o aumento das parcelas não seja tão significativo como nos últimos três anos.
MERCADO AQUECIDO
"Essa mudança deve impulsionar os negócios e aquecer ainda mais o setor de construção civil, o que é interessante principalmente para quem quer adquirir o primeiro imóvel. Há algum tempo o INCC já não reproduzia a realidade do mercado e o custo real da obra, o que acabava inviabilizando o trabalho das construtoras e incorporadoras", analisa Kucher.
Segundo ele, a mudança no cálculo impacta inclusive em outros indicadores como o IGP-10, o IGP-M e o IGP-DI, que são calculados a partir do INCC.
Em março, o INCC apresentou um aumento de 0,30%, o que contribuiu para o fechamento do 1.º trimestre do ano com alta de 0,81%, a menor variação para o período desde 2018 (0,68%). Entre abril de 2022 e março de 2023, o INCC acumulou alta de 8,04% e continuou o seu processo de desaceleração.
"O setor da construção civil segue aquecido em todo o Brasil. Mas esse tipo de mudança chega para facilitar a vida daquelas pessoas que querem comprar imóveis ainda em fase de construção, que são os mais afetados por esse índice", comenta Kucher, lembrando que, desde meados de 2021, o INCC estava acima do normal.