|
Artesãos mineiros inovam, lançam marca e a primeira coleção de acessórios femininos. |
De olho no mercado da moda, artesãos de Brás Pires, na Zona da Mata mineira, lançam a primeira coleção de acessórios com design diferenciado feita com palha de milho. Com o apoio do Sebrae-MG, as artesãs desenvolveram novas peças, mudaram o acabamento e criaram a marca Art d’Mio: a arte do milho.
O ofício das tramas antes passado de mãe para filha virou moda nas mãos de 27 artesãos da cidade. O trabalho do grupo, apoiado pelo Instituto Xopotó, que começou com as tradicionais cestarias, ganhou fôlego em 2009, com a parceria do Sebrae-MG.
Os artesãos participaram de Programa Sebrae de Artesanato. O grupo mudou o foco da produção e aposta em peças institucionais, com apelo ambiental e social. Capacitados em gestão e design, agora os artesãos querem atingir um novo nicho de mercado: a moda. “A ideia é que futuramente os artesãos possam oferecer peças exclusivas para lojas conceituadas”, conta a analista do Sebrae-MG, Eliane Rosignoli.
Para isso, o Sebrae-MG contratou a designer Mary Arantes, proprietária da Mary Design, para dar consultorias ao grupo e criar uma nova coleção e a marca Art d’Mio, uma menção ao artesanato feito com a palha do milho. Por meio de uma pesquisa feita com as artesãs, foi possível desenvolver 23 produtos entre bolsas, carteiras, ecobags, mochilas, colares, pulseiras e cestas de piquenique inspirados nas peças já criadas anteriormente pelas artesãs. Com isso, o traçado do suplá se transformou em carteira de festa, os porta-copos em mandalas para colares e braceletes, e bolsas em malas de viagens.
Outra novidade foi a utilização da bucha vegetal com detalhes nas bolsas e em penduricalhos em formato de flores. Para aprender a técnica eles participaram das oficinas de acabamento com bijuterias e bucha vegetal. “O diferencial da coleção são as cores, correntes, fechos, pérolas, além da bucha vegetal. Ela se transformou em adereços que enfeitam as bolsas. Mas para que as peças saíssem bem feitas era essencial que os artesãos entendessem o que é moda”, explica a designer Mary Arantes.
Com melhor acabamento e design diferenciado, uma bolsa que custava R$ 20 pode valer até seis vezes mais no mercado. “É o mesmo trançado, mas a qualidade gera valor agregado ao produto. É um estímulo para aprimorarmos nossas peças e nos prepararmos para concorrer no mercado da moda”, acredita a artesã Maura Silva.
Fonte: Portal Fator Brasil