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Raul foge à moda Neymar: corinthiano tem cabelo estilo Biro-Biro e diz que craque é o Ronaldinho Gaúcho
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Com toda sua experiência como jogador, professor e técnico, Ronaldo Adriano Pereira pode afirmar sem medo de errar: o preconceito com o rosa acabou de vez no futebol.
"Antigamente jogador que chegava com chuteira branca já era chamado de ‘mascarado’. Tinha que jogar muito para chegar com chuteirinha colorida. Hoje não importa se é bom ou não de bola. A molecada chega com chuteira de tudo quanto é cor. As preferidas são as rosas e as amarelas", diz Pereira, que dá aulas de futebol três vez por semana na Escolinha Camisa 10, em Maringá.
Em uma tarde quente de segunda-feira em que a reportagem acompanhou parte do treinamento da molecada, os mais variados modelos e cores de uniformes e chuteiras vestiam e calçavam os, quem sabe, futuros craques brasileiros da bola.
Se um dia jogarão como Neymar, ninguém sabe, mas pelo menos já se vestem com o estilo, à altura do craque santista que tem lançado moda.
O jovem Victor Henrique Evaristo Arcanjo, 8, faz questão de ir à loja com a mãe para comprar uniforme e chuteira. Embora seja são-paulino, seu corte moicano de cabelo não esconde que é fã do também jovem Neymar.
A ‘Neymar-mania’ invadiu de vez os gramados e literalmente faz a cabeça da molecada. Totalizando os treinos da manhã e da tarde, o treinador conta que já são mais de 20 garotos que aderiram ao corte moicano.
Raul Farkas Fernandes, 12, usa uma camisa oficial do Corinthians, com o nome de um dos grandes ídolos da torcida Fiel, o Biro-Biro.
O cabelo cacheado do garoto, aliás, até que se assemelha um pouco com o do craque. Por isso, diz ele, prefere não arriscar um moicano. "Até acho legal, mas em mim o moicano não fica bom".
E se o cabelo não segue a onda Neymar, a chuteira rosa é inspirada inegavelmente no craque santista e rival do Timão. O garoto resiste e diz que ‘usa a chuteira lilás porque é de marca e confortável’.
Ele, que gastou em média R$ 300 para compor o look do treino e que tem umas cinco chuteiras (uma de cada cor e uma para cada tipo de quadra ou gramado), diz que craque mesmo é o Ronaldinho Gaúcho.
A evolução da camisa da seleção Brasileira
Entre 1930 e 1950, a camisa da Seleção Brasileira de Futebol era branca com detalhes em azul. Os tecidos eram nobres e as golas eram polo ou fechada com cordões.
A gola rapidamente foi modificado para o modelo em V, que permaneceu até a Copa de 50.
Na Copa de 50 até 1966 a camisa do Brasil volta a ter gola polo. Por causa da derrota na final da Copa do Mundo de 1930 contra o Uruguai com as camisas brancas, na Copa de 54 a camisa amarela passou a ser oficial da seleção.
Na Copa do mundo de 1970, a gola da camisa da seleção passa a ser careca, deixando o uniforme com ar ainda mais esportivo. As duas estrelas simbolizando as duas conquistas mundiais também ganham espaço no vestuário, em cima do símbolo.
Em 1978 o diferencial da camisa se dá com a introdução de listras na manga.
Na Copa de 1982, saem as listras em razão da troca do patrocinador e o emblema da seleção também é modificado. Em uma década cujo a febre da ginástica e o uso de roupas justíssimas predominam, com a camisa e o short da seleção também não é diferente. Na Copa de 1986, uma camisa mais trabalhada com gola polo veste os jogadores brasileiros
Nas Copas da década de 90 destacam-se a mudança de tecidos e também a aplicação de tecnologias capazes de absorver melhor o suor. Na Copa de 94, estampas em relevo e uniformes mais largos vestem os campeões mundiais. Em 1998, o estilo retrô é adotado, com a volta da gola careca, mas em tecido dryfit.
No século 21 as camisas do Brasil não têm agradado muito. Alguns detalhes em verde, o número estampado na frente com um círculo que lembra uma bola de sinuca e mais recentemente a faixa horizontal verde no peito têm rendido críticas.
Futebol que vende
Nicholas Vieira>> Gerente da Kashima F.C
Por que artigos esportivos de futebol vendem tanto?
Porque o ídolo esportivo hoje é formador de opinião. O futebol dita a moda.
Quais os campeões de venda?
Tudo relacionado ao Neymar alavanca os artigos esportivos do Santos Futebol Clube disponíveis. A camisa 11 do Neymar é o produto que mais vende hoje, e custa R$ 189,90. As chuteiras que ele usa, geralmente de variadas cores, são as mais pedidas. Outro ídolo é o Rogério Ceni. Há uma semana chegaram dez peças de uma camisa nova do goleiro, comemorativa aos 100 gols marcados por ele. O torcedor não liga para o preço (R$ 219) e nem para o sarro dos outros (a camisa do Rogério tem a cor pink). Só restou uma. As vendas na loja também são fortemente influenciadas pela situação dos times no Campeonato Brasileiro.
Que público compra roupas e acessórios relacionados ao futebol?
Vai da criança de colo que ganha o uniforme completo do time do pai até o avô que quer uma camisa do time do coração. As mulheres compram para elas e também para presentear os homens. Está crescendo também o número de mulheres que buscam uniformes para jogar futebol.
Por Wilame Prado
Fonte: O Diário