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Valentino fala sobre aposentadoria, Internet e Brasil /Foto: Reprodução |
Prestes a completar 80 anos em 2012, aposentado há três do mundo da moda, sobre o qual reinou como um dos estilistas mais importantes do século 20, o italiano Valentino Garavani lançará no próximo dia 5 um museu virtual com mais de 5 mil imagens de vestidos, croquis e fotografias e 95 vídeos dos desfiles mais icônicos de seus 45 anos de carreira. Na primeira entrevista concedida sobre o museu, publicada na coluna impressa em nossa ÉPOCA desta semana, ele diz que a moda tem que rever seus conceitos para sobreviver à Internet.
Os estilistas geralmente tentam esconder seus arquivos do público para não serem copiados. Por que decidiu publicá-los?
Tivemos muitas dúvidas a respeito, mas eu ganhei tanto do público ao longo da minha vida, que me vi obrigado a devolver alguma coisa e dar a ele o inteiro legado do meu trabalho a título de memória. As pessoas, estudantes de moda e apaixonados pelo tema, merecem ter acesso gratuito a tudo.
Como os estilistas contemporâneos podem lidar com a velocidade da Internet e manter sua integridade ao mesmo tempo?
É uma tarefa bem difícil. A Internet devora a moda num único segundo, torna tudo obsoleto e ultrapassado no momento em que você cria as peças. Não sei se a moda poderá continuar da mesma forma que no passado, com desfiles e revistas.
Qual sua relação pessoal com a Internet?
Nenhuma. O museu foi concebido e criado por Giancarlo Giammetti, meu parceiro há 50 anos, que é um gênio nessa área. Mas eu gosto de olhar para ele. É rápido e fácil para relembrar as coisas.
O senhor lamentou em algum momento ter se aposentado?
De jeito nenhum. Não estou confortável com a maneira como a moda tem sido gerenciada hoje em dia. Posso sentir falta de desenhar, mas não me arrependo de nada.
A moda tem assistido a uma grande dança das cadeiras, com estilistas trocando de empresas, que por sua vez não encontram substitutos. A que isso se deve?
É simples: existe uma oferta de maisons velhas demais e pouquíssimos bons estilistas no mercado.
Sua relação com o Brasil sempre foi prolífica. De alguma forma o país influenciou sua criação?
Eu amo o Brasil enormemente. Cheguei a dedicar uma coleção inteira ao país nos anos 70, quando poucos falavam dele. Como alguém poderia não se inspirar com tantas cores, tanta fantasia, tanta música e tanta sensualidade?
Fonte: Revista Época