Foi devido a um impasse em um grupo desenvolvendo um Caderno de Inspirações em reunir idéias em prol de um objetivo comum que foi adotado o uso dos mapas conceituais. A equipe, composta por seis profissionais atuantes em diferentes áreas da Moda foi designada para reformular a metodologia utilizada no desenvolvimento de pesquisa da publicação. Porém, mesmo com exaustivas reuniões a equipe não conseguia chegar a um consenso sobre a nova metodologia a ser adotada.
Vendo a dificuldade que a equipe enfrentava em definir uma nova linha de trabalho, a diretoria da empresa convocou profissionais de outros setores a contribuírem no processo de identificação de possíveis alternativas que fossem satisfatórias à instituição e ao grupo. Após algumas tentativas fracassadas, o grupo foi apresentado aos mapas conceituais por um profissional da área de engenharia. Apesar do estranhamento inicial, a ferramenta pareceu interessante e adequada a complexidade do trabalho.
Os Mapas Conceituais (ou Mentais) foram desenvolvidos por Joseph Novak, da Universidade de Cornell, na década de 70, que teve como base a teoria de aprendizagem significativa de Ausubel. O conceito principal utilizado por Novak é que a “aprendizagem é um processo pelo qual uma nova informação se relaciona de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária a um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, M.A. Uma abordagem cognitivista ao ensino da Física: a teoria de aprendizagem de David Ausubel como sistema de referência para a organização do ensino de ciências. Porto Alegre: Editora da Universidade, UFRGS, 1983). Sendo assim, o mapa se apresenta como um recurso gráfico que permite “visualizar a estrutura e as interligações entre os conceitos de um certo domínio de conhecimento ou entre um conjunto de informações” (BRUNO, F. S. E FILIPECKI, A. T. P. Identificação de barreiras organizacionais ao desenvolvimento de competências intra-empreendedoras, In: Rio de Janeiro: Revista Inteligência Empresarial, VoI. 2, p. 24 a 37 2005).
Os mapas (e sua representação gráfica) são construídos pelos indivíduos, à mão ou virtualmente, neles são expressos idéias, conceitos ou questões por meio de desenhos ou palavras, que são hierarquizados e interligados de acordo com os critérios de relevância do executor. Estas interligações e hierarquias estabelecidas descrevem o sentido das relações existentes entre cada item, ainda na visão do executor do mapa. Ao final, temos uma imagem que representa os conhecimentos ou as questões do indivíduo executor sobre um determinado tema, ou seja, visualizamos o seu “modelo” conceitual sobre determinado assunto.
No caso que este artigo analisa o modelo de mapa conceitual utilizado é o “orientado”, que segue alguns passos pré-definidos: durante a construção do mapa os executores são orientados para estabelecerem e representarem no mapa uma idéia ou questão central que será o assunto abordado pelo mapa. Logo a seguir, os executores são sugeridos a estabelecerem, segundo seus critérios, os pontos secundários relativos à questão central. Este processo de identificação de graus de importância chegará até a fase de descrição das atividades existentes ou requeridas para que o tema central do mapa possa ser atingido, implementado, melhorado, etc. Com a imagem finalizada é possível realizar uma leitura na qual identificamos a cadeia de valor dos indivíduos e do grupo (a partir da análise das similaridades e oposições).
Este exercício permite aos indivíduos explicitarem seus conhecimentos prévios, registrarem e relacionarem os diversos conjuntos de idéias que surgem simultaneamente e a sintetizar informações. Além disso, pode estimular a memória, pode servir como apoio no desenvolvimento de estruturas complexas (como textos longos, web sites, hipertextos e outros), facilitar a interação em projetos cooperativos, viabilizar a gerência de conhecimentos em equipes, diagnosticar dificuldades e estimular a criatividade.