A 1ª Grande Guerra Mundial
Em 1910 a situação começa a mudar e a nova mulher aprende a liberar seu corpo, passa a ser chique parecer moderna.
A carestia do ano 10 obrigou a “rainha do lar” transformar-se em assalariada e começaram a trabalhar nas novas profissões que o desenvolvimento urbano vai criando. Surgem telefonistas, datilógrafas, secretárias, enfermeiras, etc. Com a I Guerra Mundial, as mulheres passam a substituir os homens para as frentes de batalha, dando impulso ao feminismo internacional, refletindo no Brasil através da imprensa e do cinema.
Atrizes do cinema americano, como Gloria Swanson e Annette Kellermann, invadem as telas brasileiras com suas imagens de mulheres modernas, urbanas, de temperamento arrojado e preocupadas em valorizar seu corpo.
Para essa nova mulher, as saias encurtam, surgem os primeiros tailleurs, as abas dos chapéus são reduzidas, as bolsas crescem de tamanho, as botas de cano alto em camurça e os collets substituem os espartilhos, que agora não deformam a silhueta, apenas modelam.
O estilo Liberty, de Arthur Lindsay Liberty, introduz uma série de motivos de inspiração oriental e o conceito de conforto nas linhas das roupas e Poiret, usa e abusa dessa inspiração trazendo a cintura para logo abaixo do busto.
Durante a guerra, os países europeus e os EUA diminuíram suas exportações para o Brasil, dando ao setor têxtil um grande impulso.
Durante a década de 10 do século XX, exatamente em 1914 a 1918, chegou ao solo europeu o conflito que mudou inúmeros aspectos da humanidade: a Primeira Guerra Mundial.
Os tempos então passaram a ser outros e a moda sofreu algumas mudanças, que na realidade foram verdadeiros ajustes ao tempo.
Em 1916, Gabrielle Coco Chanel inovou consideravelmente ao fazer tailleurs de jérsei, ou seja, uma malha de toque macio e sedoso, com aspecto elástico.
Terminada a Guerra, a partir de 1918, os ajustes aos novos tempos começaram a aparecer e os interesses da moda passaram a ser outros também. As atividades de trabalho, o esporte e o divertimento, especialmente a dança, contribuíram para cada vez mais as roupas irem se adaptando às novas necessidades e isso se traduziu na continuidade do encurtamento das saias.
Até a Primeira Guerra Mundial (1914-8), o Ocidente ainda vive o período caracterizado como Belle Époque (1889-1914), em que impera a silhueta em S, com busto reforçado e bumbum desenhado para trás. A peça mais importante é o espartilho, que desenha e prende o corpo da mulher. É o costureiro Paul Poiret (1879-1944) quem precursoramente “liberta” a figura feminina, mas Coco Chanel (1883-1971) será quem levará a fama por isso. Entretanto, a grande responsável pela mudança é mesmo a Primeira Guerra Mundial, quando a mulher assume novos papéis, no front assim como na batalha do dia-a-dia. Suas roupas têm de ficar mais práticas; as saias começam a ser cortadas, e aparece um novo comprimento, até a canela. Surge também a calça-saia, mais adequada para que a mulher possa andar de bicicleta.
Com as privações causadas pela guerra, emergem novos materiais. Em 1916, por exemplo, Chanel faz tailleurs de jérsei, considerado até então um tecido pouco nobre, usado nas roupas de baixo. Com o fim da guerra, os tempos ficam mais leves, e o divertimento dará o tom da década seguinte.