
No ano de 476, a queda do Império Romano marca o término da Idade Antiga e o início da Idade Média. As invasões dos bárbaros ajudaram a causar o declínio. Habitantes do norte e leste da Europa, esses povos fugiam de regiões climáticas desfavoráveis, de frio intenso.
Em suas roupas, trabalhavam a lã, o linho e o algodão, criando túnicas curtas, às vezes de couro também. Usavam um manto de couro ou pele, presos por broches ou alfinetes; calções curtos denominados braies ou calças longas atadas por tecido, presas por um cinto através de passantes com uma função protetora contra atritos e frio, pois eram nômades e se locomoviam sobre animais.
As mulheres usavam uma túnica longa presa por broches e atadas por cintos, um xale também preso e por baixo uma camisa de linho com abertura frontal até o peito.
Cabelos longos, toucas, calçados fechados ou sandálias de couro para ambos os sexos.
No decorrer do tempo, devido o contato com culturas romana e bizantina, passaram a ter gosto por adornos e cores mais vistosas.
BIZÂNCIO
Roma enfraquecida, a capital do império foi transferida para uma colônia grega que se chamava Bizâncio e a capital passou a ser Constantinopla, região de situação geográfica privilegiada entre Oriente e Ocidente.
Na indumentária havia uma grande aproximação entre as roupas civis e religiosas. A seda foi desenvolvida, não precisando importá-la da Índia e China. Normalmente usada pelos altos funcionários da corte e os mais suntuosos eram de uso da família imperial, que ainda bordavam com fios de ouro e prata, pérolas e pedras preciosas. A lã, o algodão e o linho também faziam parte da indumentária de Bizâncio.
Com referências romanas, persas e árabes, Bizâncio também influenciou a indumentária da Europa Ocidental. As cores eram muito presentes, assim como o uso de bordados com cenas religiosas, motivos florais e animais.
Tinha como principal característica o fato de esconder o corpo, claramente evidenciado pelas formas amplas, mas era claro também a sua função quanto um diferenciador social. Os dois sexos vestiam túnicas em seda com aplicação de pérolas e pedras.
O Império Romano do Ocidente vai até o ano de 1453, quando os turcos otomanos tomaram Constantinopla e a saquearam, marcando o fim da Idade Média.
EUROPA FEUDAL
Os centros urbanos passavam por crises econômicas. Época de decadência no comércio, o declínio de autoridade centralizada e o deslocamento do homem para o campo. Assim surgiram os feudos, com o rendimento centralizado na produção agrícola e o poder político nas mãos dos senhores das terras. Este foi o sistema social que caracterizou a Europa Ocidental na segunda metade do primeiro milênio da era cristã.
No sistema de feudalismo, a roupa usada por mais ou menos favorecidos tinha diferença nos tecidos e nos ornamentos, porém o corte era muito semelhante entre eles. Lã ou o linho, distinguindo-se na qualidade técnica de fiação, mas os mais favorecidos chegavam a usar a seda.
A quantidade de tecido usada para elaborá-las, eram uma forma reguladora de diferenças sociais, assim como as cores. Os homens usavam a gonelle (tipo de túnica) presa ao corpo por um cinto, uma capa forrada de pele e atada ao ombro por um broche, braies (calções) com meias por baixo das túnicas e às vezes uma capa com capuz para proteção contra intempéries. As mulheres faziam uso da stola (túnicas com ou sem mangas), também presas aos ombros por broches e atadas à cintura por um cinto, a palla (lenço) e um manto longo. Os cabelos para ambos os sexos eram longos e presos para as mulheres. Os calçados eram de couro, com tiras cruzadas e amarradas nas pernas.
EUROPA GÓTICA
O restabelecimento da economia e a revalorização dos centros urbanos acarretaram modificações associadas à solidificação das monarquias européias e o crescimento do poder da Igreja. No final do século XI o Papa Urbano II convocou todo o povo cristão para uma cruzada rumo ao Oriente para salvar os lugares santos.
Em sucessão ao estilo românico, de aspecto pesado, campesino e horizontalizado do final da Alta Idade Média, surgiu o estilo gótico, imponente, urbano e verticalizado.
Além de uma certa unidade visual adquirida pela união dos povos em função das Cruzadas, um certo aspecto de orientalização nas vestimentas européias. Elas começaram a delinear um pouco mais na parte superior dos vestidos femininos e passaram a ter abotoamento lateral.
As mangas ganharam amplitude na altura dos punhos. O uso de véus e uma moda muito peculiar foi a barbette, uma banda de tecido que passava sob o queixo, elevada às têmporas e presa no alto da cabeça, além dos adornos e penteados sofisticados chamados bennin.
No período da Baixa Idade Média que ela começou a ganhar uma distinção: as roupas masculinas começaram a se encurtar e as femininas mantiveram-se longas.
Os homens usavam meias coloridas, calções longos chamados braies. As túnicas foram se encurtando, transformando-se no gibão. Os sapatos de bico pontudo.
A aristocracia não fazia mais em casa suas roupas, mandando elaborá-las nos mestres alfaiates.
No final da Idade Média e princípio do Renascimento foi surgindo o conceito de moda (na Borgonha, atual parte do território francês), pois os nobres locais se incomodavam com as cópias feitas de suas roupas por uma classe social mais abastada, os burgueses, também denominados mercantilistas, que surgiram com as Cruzadas.
De cunho religioso, as roupas foram ganhando também o caráter comercial. Com o comércio entre Oriente e Ocidente, surgiu uma nova classe social que tinha condições financeiras de copiar. Os nobres começaram então a diferenciar suas roupas, criando assim um ciclo de criação e cópia. O conceito de moda surgiu como um diferenciador social, de sexos e pelo aspecto de valorização da individualidade.