DECORAÇÃO: Chrissa Amuah em Casa Vogue de abril
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Designer têxtil enaltece origens africanas com o uso da simbologia adinkra em suas criações, além de impulsionar o trabalho de profissionais de seu continente
Nascida em Londres na década de 1980 e com fortes raízes familiares em países da costa oeste africana, Chrissa Amuah explora a criatividade desde a infância. Em entrevista à Casa Vogue, a designer têxtil conta que vivia com uma inspiração dentro do próprio lar: sua mãe, hoje professora aposentada, teve aulas com o renomado escultor ganês El Anatsui. Logo, desenvolver afinidade com o desenho e enveredar por esse campo era questão de tempo para ela.
Um desejo forte de Chrissa sempre foi trazer o legado cultural de Gana para projetos de design – embora tenha crescido em uma capital europeia, sua herança genética vem da nação situada no Golfo da Guiné, de onde seus pais são oriundos. A investigação dessas raízes teve início durante o mestrado em design têxtil, realizado na Chelsea College of Art & Design, da University of the Arts London.
"Me orgulho das minhas origens e acredito que, muitas vezes, colocam a África em uma caixa. Busco mostrar que o design não precisa ser apenas sobre tendências, mas pode falar sobre algo eterno e menos superficial, que evoque emoções positivas dentro de nós", pontua. Para materializar esse plano, fundou, em 2014, o estúdio AMWA Designs, responsável por executar produções em tecidos que propagam ideias presentes em provérbios adinkra, com os quais Chrissa se deparava em suas viagens a Gana.
O mesmo anseio encorajou a profissional a criar uma plataforma capaz de impulsionar as novas gerações de talentos africanos, a Africa by Design, em 2017. "A arte africana atrai muitos admiradores, mas o mesmo não acontece com o design original do continente. Nos primeiros três anos, tivemos cinco exibições em quatro cidades ao redor do mundo. Infelizmente, fomos afetados pela pandemia", explica, enfatizando que a iniciativa já apresentou mais de 30 designers, nativos de oito países da África subsaariana. E pondera: "Estamos cientes de que ainda temos uma longa jornada em busca de reconhecimento".
A matéria na íntegra pode ser conferida em Casa Vogue de Abril, disponível nas bancas de todo o país e em versão digital.