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Utilizando madeira, tapete e peças de design, Júnior Piacesi criou nos clientes nesse showroom de moda a sensação de estar em seu próprio closet. Foto: Gustavo Xavier |
As lojas localizadas em bairros residenciais vêm dando aos clientes uma nova opção de compras, com mais tranquilidade e até mesmo aconchego. Na contramão da frieza dos shopping centers, esses empreendimentos estão oferecendo, além de seus produtos à venda, uma preocupação com o bem-estar de quem entra no estabelecimento para comprar.
Em sua grande maioria, estas lojas estão localizadas em casas antigas e, já começa daí o diferencial para atrair o cliente. De acordo com as arquitetas Luciana Araújo e Nathália Otoni, do escritório Óbvio Arquitetura o layout dessas casas chama a atenção da clientela, sendo a fachada um importante diferencial. “As casas possibilitam um projeto arquitetônico mais rico, o que influencia diretamente nas vendas. É importante que o projeto chame a atenção e surpreenda o comprador. Sair do comum e trabalhar com peças diferenciadas. Utilizar acabamentos que geram curiosidade e tratem o local de uma maneira muito especial para que o cliente também se sinta assim”, explicam as arquitetas.
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Neste projeto executado pelo escritório Óbvio Arquitetura a fachada da antiga residência foi restaurada o que proporcionou ainda mais charme a marca. Foto: Rodrigo Marcandier |
O arquiteto Junior Piacesi acrescenta ainda a importância de preservar a história que algumas dessas casas carregam. “Os proprietários estão se preocupando em manter a história das casas. O projeto arquitetônico tem que ter a preocupação de preservar as fachadas. Isso valoriza o projeto. Para o cliente que chega, cria um impacto visual interessante. A arquitetura tem que pensar no bem-estar da pessoa que está ali, nos valores que ela tem, no que é importante para ela e na tradição do local”, pontua.
No interior da loja, também é preciso impressionar a clientela: “Começamos a perceber uma maior preocupação em trabalhar melhor os ambientes, incluindo iluminação, mobiliário e cores. É importante pensar no projeto como um todo, incluindo a escolha do mobiliário, a iluminação aconchegante e com boa resolução de cores, o estudo da disposição das peças, localização do caixa, vitrines, etc.”, enumeram Luciana e Nathália.
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Nesta loja, projetada pelo arquiteto Júnior Piacesi, foi construído um espaço para se tomar café e fazer um pequeno lanche. Tudo para deixar os clientes mais confortáveis. Foto: Gustavo Xavier |
Com estes cuidados, as lojas acabam se tornando espaços mais íntimos. Para Piacesi, vale até inserir um cafezinho e um lanche, para valorizar a experiência de compra. “Quando fazemos projetos para estas lojas, em estilo showroom, criamos uma estratégia para receber o cliente. Algumas servem café, caldos, vinho, biscoito. Há lojas que disponibilizam chapelaria, para que a cliente não precise ficar carregando a sua bolsa enquanto procura pelo produto desejado. A intenção é receber bem. É uma preocupação maior com o aconchego, e um modo de acolher essa pessoa que está chegando ali”, reforça Piacesi.
O principal diferencial das lojas de bairro é a possibilidade de tornar o ambiente mais caloroso e afetivo, ao contrário das lojas situadas em shopping, onde o tratamento não é tão pessoal. Segundo Piacesi, elas criam um relacionamento que busca a fidelização do cliente. “A particularidade dessas lojas é ter um espaço menos frio, criando uma relação com o cliente de se sentir em casa. De ser tratado de forma diferente. O acolhimento muda o relacionamento”.
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O cuidado com o conforto e aconchego dos clientes foram uma das premissas usadas pelas profissionais do Óbvio Arquitetura para criar esse espaço comercial. Foto: Rodrigo Marcandier |
O cliente agora pode, também, usufruir da loja, usar todo o seu espaço e permanecer mais tempo no local. Não apenas entrar, comprar e ir embora. São atrativos e preocupações sutis que cativam o consumidor.