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HOMEPAGE DO PORTAL MOVIMENTO HOTSPOT: INSCRIÇÕES GRATUITAS PARA O PRÊMIO QUE DARÁ ATÉ R$ 200 MIL PARA A MELHOR IDEIA (FOTO: DIVULGAÇÃO)
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Uma boa ideia, uma grande marca, um trabalho de alta qualidade artística. Esses são os “produtos” de valor intangível que começarão a ser buscados a partir de hoje pelo Movimento HotSpot (MHS). Resultado de uma parceria lançada pela Luminosidade com instituições como IN-MOD e Sebrae e com empresas como a Vale e a Riachuelo, o HotSpot vai criar uma rede social para gente criativa e com ideias inovadoras. O portal, que entrará no ar às 21h desta quinta-feira, servirá como um grande mural para apresentar o que está sendo feito no país de mais interessante em moda, design, design gráfico, fotografia, filme, ilustração, música, vídeo, cenografia, arquitetura e beleza. E, em uma segunda etapa, transformar essas ideias em negócios.
Apresentado por Paulo Borges, o criador da São Paulo Fashion Week, o Movimento HotSpot vai aproveitar o crescimento da internet no país para estabelecer uma plataforma multimeios e divulgar os trabalhos. Em uma de suas vertentes, aquela que deve chamar mais atenção do público, o HotSpot terá um concurso para premiar com até R$ 200 mil os melhores trabalhos em 11 categorias. Desdobrado em várias etapas, que incluem audições em 16 cidades e festivais em dez capitais, o MHS será um canal para promover o empreendedorismo. O projeto tem duração de um ano e em sua reta final reunirá durante três semanas os melhores candidatos para criar e desenvolver trabalhos que poderão atrair a atenção da mídia, empresas e fundos de investimento dispostos a bancá-los.
“É um projeto ambicioso e grandioso na sua missão de conhecer uma geração de jovens criativos, famintos por se inserir em uma economia nova que cresce numa velocidade maior do que o Brasil está preparado para responder”, afirmou no lançamento do projeto em São Paulo.
A idade mínima para a inscrição é de 16 anos, mas não há idade limite. “O que nos interessa é essa interação, essa troca de ideias entre quem tem 20, outro que tem 30 e o de 50”, diz Graça Cabral, diretora de parcerias especiais da Luminosidade, a empresa responsável pelo SP Fashion Week e Fashion Rio. Ela afirma que sendo esta a primeira edição, o formato ainda não está inteiramente fechado e deve sofrer interferências à medida que evolui – algo que estava previsto já na ideia inicial há cinco anos. “O objetivo não é trabalhar sobre o que é visto como norma, queremos criar um canal e um espaço para que venham as soluções que sejam as nossas soluções. Será uma forma de dar acesso e poder às pessoas para realizar seus projetos”, diz.
O término do Hotspot está previsto para março de 2013, quando serão conhecidos os autores dos melhores trabalhos e da melhor ideia. A separação segue uma lógica: uma coisa é premiar a melhor fotografia, o melhor design, o melhor filme. Para isso, basta se inscrever gratuitamente no portal a partir de amanhã, criar um perfil e apresentar um trabalho em uma ou mais categorias – que não precisa ser inédito. Qualquer um pode se inscrever, desde que não seja um profissional reconhecido nacionalmente dentro daquela categoria. Além de promover seu trabalho, o candidato poderá incentivar amigos na internet a “curtir” sua página e, com isso, ampliar suas chances de chamar a atenção de um possível patrocinador ou investidor. Ao longo das etapas, os autores dos melhores trabalhos serão selecionados por um júri e poderão levar o prêmio final de R$ 10 mil. No caso de moda, a premiação será diferente. O melhor estilista terá a chance de receber até R$ 150 mil para desenvolver sua coleção, que será comercializada nas Lojas Riachuelo.
Outra coisa é a ideia. Quem se inscrever no Movimento HotSpot dentro dessa categoria criará seu perfil, mas a ideia só será conhecida pelo júri, que estará comprometido a não divulgar nem falar a respeito para garantir a propriedade intelectual. Três boas ideias receberão um prêmio de R$ 10 mil, mas a grande ideia levará até R$ 200 mil - dinheiro que será usado para desenvolvê-la e, daí sim, transformá-la em um produto, serviço ou ação.
Exatamente pela dinâmica necessária para chegar à final, o HotSpot acontecerá a cada dois anos. Um vídeo de apresentação estará disponível no portal para explicar aos interessados como participar. As inscrições, em princípio, vão até 15 de maio. “Mas as datas podem mudar”, diz Paulo Borges. “O mais importante é que vamos trabalhar e desenvolver o talento de forma colaborativa”.
Ainda que a prioridade do projeto seja "conectar as pessoas", Borges admite que a busca pelo talento empreendedor é um espelho de sua própria carreira. "É a minha trajetória de trás para frente", diz. "A gente vai atrair a atenção de um garoto de 18 anos, do interior, empreendedor, que vai se desenvolver à medida que vai encontrando oportunidades e as portas vão se abrindo".
É aí que o papel de parceiros, como a Vale, Riachuelo e mais três companhias que negociam participação fica mais evidente. "Quando olhamos para o nosso país, enxergamos diversos talentos criativos à espera de oportunidades fora dos grandes centros urbanos", diz Ricardo Piquet, diretor de Responsabilidade Social Corporativa da Vale. "O Movimento HotSpot conquistou nosso apoio por que se propõe não apenas a identificar, mas também a viabilizar ideias inovadoras". Para a Riachuelo, a peneira de talentos está impulsionando uma série de ideias que poderão ser colocadas em prática durante os próximos 12 meses. Uma delas, por exemplo, é a de oferecer estágios para jovens estilistas. "O projeto é muito inovador, bem diferente de tudo o que já foi feito. É uma plataforma incrível para encontrar talentos", diz Marcella Martins de Carvalho, gerente de Marketing da Riachuelo.
Os trabalhos serão avaliados por mais de 30 profissionais, que formarão o time de curadores. Entre eles estão Paulo Martinez (moda), Waldick Jatobá (design), Bob Wolfenson (fotografia), Rogério Hideki (design gráfico), Speto (ilustração), Marcelo Rosenbaum (arquitetura), Mari Stockler (cenografia), Duda Molinos (beleza) e Gilberto Dimenstein (ideia).
O Movimento HotSpot é uma etapa amadurecida do Amni Hotspot, criado como um projeto para fomentar novos talentos em moda. Foi a expansão dos meios usados para apresentar as coleções de moda – animações, filmes, fotos – que fez com que Paulo Borges e Graça Cabral decidissem parar com o evento para desenvolver um novo formato. A demora foi além do esperado e por uma razão simples, segundo Graça. “Nós fomos muito procurados por canais de TV e produtoras porque eles achavam que o formato era perfeito para criação de um reality show. Mas aí tinha aquela preocupação de televisão e a gente só quer se for de verdade. Por isso preferimos, ao final, fazer um documentário”, afirma.
Fonte: Época