Em 1971, os irmãos Alexandre e Pedro Grendene Bartelle, então donos de uma pequena fábrica de embalagens plásticas, decidiram usar seus equipamentos para fabricar calçados de plástico. Nascia, ali, a Grendene, maior exportadora de calçados do país – e a empresa mais inovadora do setor calçadista.
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PVC permite que a Grendene crie diferentes modelos de calçados em alta velocidade
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A grande vantagem competitiva da Grendene está justamente no fato de produzir calçados a partir de plástico (PVC) injetado. Versátil, o material permite que a empresa crie diferentes modelos de calçados em alta velocidade, sem precisar redesenhar linhas de produção ou investir em novo maquinário. “A gente se aproxima de um modelo fast-fashion, que consiste em incorporar rapidamente as tendências de moda e fazê-las chegarem primeiro ao consumidor”, descreve Francisco Schmitt, diretor de relações com investidores da Grendene.
Ele explica que o setor calçadista está presente no Brasil, há pelo menos 150 anos. Logo, era necessário que a Grendene fi zesse “alguma coisa diferente” para fi rmar seu espaço nesse mercado. “Se fôssemos fazer o que os outros faziam, dificilmente nós teríamos alcançado a posição que nós temos, hoje, em termos de market share, volume de produção e receita”, pondera.
Com o sistema de produção baseado em plástico injetado, a Grendene também consegue oferecer substitutos de baixo custo para alguns dos segmentos mais importantes do mercado calçadista tradicional, baseados no couro. “Ou seja, a inovação começa pelo nosso modelo de negócios. A Grendene torna acessível ao grande público os designs mais sofisticados, e faz isso em grande escala, a um preço que é acessível à grande massa da população”, resume Schmitt. Hoje, a Grendene chega a lançar 550 modelos por ano. Toda a sua receita vem de produtos novos – o que torna a inovação uma questão de sobrevivência para a empresa.
Fonte: Amanhã