Comprar é bom, mas ter tempo para escolher roupas, calçados e até móveis não é para qualquer um. Com isso, a chamada "venda condicional", onde o cliente leva o que quer para casa para ter mais oportunidade de escolher vem ganhando espaço. Tanto que até bens duráveis estão entrando neste tipo de comercialização. Esta técnica de venda pode ser ótima para alavancar seu negócio mas existem hábitos dos consumidores de moda que podem também prejudicar o seu negócio.
Condicional
Foi-se o tempo que as vendas no balcão eram as responsáveis pelo maior faturamento de muitas empresas. Em muitos comércios o condicional representa até 30% dos negócios, mas ele pode também ser um mau negócio se não houver normas determinadas.
Hoje em dia, numa loja de roupas e acessórios pode existir até departamento para atender quem quer mais comodidade na hora de escolher a mercadoria em casa. Pelas ruas não é difícil encontrar os entregadores levando as sacolas de condicionais, mas é preciso muito cuidado para adotar este recurso de venda e adotar critérios que responsabilize o cliente para qualquer dano ao produto, mesmo porque, só o fato do produto não estar na sua loja você também poderá estar perdendo venda.
A opção faz tanto sucesso que tem empresa contratando especialista só para esse serviço. Aparecida Silva, decoradora, vai até a casa dos clientes e deixa as peças no ambiente. Tudo já decorado. A ideia virou até estratégia de vendas de um bem tão sonhado por muitos.
Numa concessionária, o cliente antes de fechar o negócio pode levar para casa um veículo. O carro pode ficar de um dia para o outro na garagem do futuro dono, sem compromisso. Agora, difícil mesmo, vai ser resistir ao cheirinho de novo. Mas não é só chegar e levar. Tem todo um critério que às vezes podem não ser respeitado, causando prejuízo à empresa, como o prazo de entrega, é necessário determinar o mínimo possível para que possa atender o cliente que foi até o estabelecimento.
No caso de lojas de roupa esse hábito pode se tornar uma dor de cabeça, pois alguns consumidores tentam de mil artimanhas e a frase "Pode levar no condicional ?" não passa de conversa furada para ele se dar bem. Não é difícil saber de casos em que a(o) cliente levou para a sua casa uma mercadoria no condicional e depois retorna à empresa com a maior cara de pau e com a desculpa que não deu certo, para devolvê-lo após utilizar o mesmo. Coisa feia ...... a foto no facebook tá lá para provar que você usou ou até mesmo o odor do seu corpo que ainda permanece no produto.
Reserva
Todo cuidado é pouco e o indicado é que o lojista reserve o produto somente o pagamento de uma entrada ou mesmo o valor integral do produto, pois na maioria dos casos o cliente não retorna à loja e não dá satisfação ao lojista, fazendo também com que a empresa perca venda que poderia ter sido realizada para aquele cliente convicto e inteligente que está disposto à realmente comprar.
Mara Carvalho, proprietária de uma boutique feminina na cidade de Joinville/SC conta que o pior desta prática é que as clientes que entram na sua loja ao invés de olharem os produtos expostos vão diretamente aos produtos reservados para saber de quem é e se interessam justamente pelo produto reservado.
Mostruário
Para que servem os expositores ? Para expor as amostras, correto ? Pois bem, então não precisa ficar revirando o estabelecimento e mexendo onde não deve. Tem cliente que nem olha os cabides e começa a abrir os produtos embalados que geralmente ficar organizados por tamanho, cor, de acordo com cada estabelecimento. Educação é bom e cabe em qualquer lugar. Me fale, pra que ficar abrindo embalagens fechadas, se tem um modelo no expositor ?
Katsue Tominaga, proprietária de uma loja em Minas Gerais relata que quando ouve o barulho de cabides sendo bruscamente arrastados pela arara ele sente até uma dor no coração e pensa: prejuízo. Conta ainda que a presença de crianças e até mesmo adultos com sorvete e outros produtos comestíveis na sua loja é proibido, pois já teve muitas mercadorias danificadas. "Elas trazem crianças pra loja pensando que é playground e enquanto ela escolhe o produto, a criança destrói tudo", relata Katsue.
Roupas pelo chão nos provadores ou jogadas sobre as portas, maquiagem, chulé, é preciso saber que ao fazer a prova de todo e qualquer produto é necessário o maior zelo possível, uma vez que ele ainda não nos pertence.
Patrícia Pacceli, gerente de vendas de uma indústria de confecções reclama: "- Aos sábados liberamos a venda no varejo em nossa loja e todas as segundas, uma caixa de peças danificadas é encaminha à oficina para reformas, sendo que algumas peças ficam até mesmo inutilizáveis".
Compra Coletiva
Não pense você que irei falar aqui sobre os sites de compra coletiva não, aqui neste artigo este item fala daquela compra onde um grupo de pessoa precisa opinar na hora da compra de um artigo. Pai, mãe, avó, tia, irmãos, amigos ...... ufa, quanta gente né ? Pois bem, é preciso ser forte o bastante no argumento para poder efetivar o negócio, pois com tanta gente para opinar o trabalho vai ser árduo.
"Já teve cliente que me disse que não iria ficar com o produto para ela porque a filha não tinha gostado". E a filha da cliente tinha apenas 9 anos de idade. Pobre mulher ...... pra que personalidade não é mesmo ? Relata Igor Moraes Carvalho, proprietário de uma rede de lojas multimarcas no interior paulista.
Quando um grupo de pessoas estão juntas para comprar qualquer produto é necessário detectar quem é o lider, pois mesmo que não seja ele o consumidor, será ele que determinará a compra ou não da mercadoria.
Formas de Pagamento
Desconto é bom e todo mundo gosta. Todas as empresas seguem os procedimentos de venda que já foram estudados e adaptados à cada caso, portanto não insista em condições que a saem das condições normais estipuladas pela empresa. Pechinchar demais é feio para o consumidor e desagradável para o empresário, para o gerente ou funcionário responsável para lhe dizer um "NÃO POSSO".
Über Fashion
Se você faz parte daquele grupinho que coloca o maior óculos que tiver, aquela bolsona, um bico e sai as compras com aquela cara de tédio, não toca em nada e olha tudo com desprezo, saiba que tudo em excesso é prejudicial e nas regras da elegância, menos é sempre mais. Geralmente se sentem o último item em atualidade e se estiverem acampanhando alguém que deseja comprar algo, piorou, pois com certeza o ser "über fashion" vai estragar a venda.
Fotos
É muita falta de educação entrar em um recinto comercial munido de câmara fotográfica e até mesmo fazer uso de celulares para fazer imagens de produtos, seja nas gôndolas, araras e até mesmo no provador. Mesmo que autorizado pelo lojista, que às vezes na "saia justa" vê-se obrigado a permitir a tal prática por educação. Há quem tira a foto mesmo no provador, sem nenhuma autorização, o que é uma falta de respeito.
E as desculpas esfarrapadas são as mais absurdas possíveis, para mostrar para a amiga, o namorado, a mãe, mas muitas vezes a verdadeira intenção é copiar o modelo, reproduzir a peça em uma costureira. Coisa de pobre ? De espírito, o que é pior.
Conclusão
Tudo bem que o´Código Nacional do Consumidor está ai para nos defender em diversos aspectos, mas não é por isso que podemos abusar e o bom senso nos faz saber que todo produto exposto tem um valor e por isso alguém pagou por ele.
Enfim, enquanto os consumidores é preciso deixarmos reinar a boa educação e lembrarmos sempre que os empresários, micro e pequenos na sua maioria, montaram seus estoques com dificuldades e por isso é preciso sermos objetivos em nossos desejos e decisivos na hora da compra, para não sairmos de um estabelecimento comercial de moda ou não, classificados como o famoso "cliente caroço".