O Início do Segundo Milênio
Em 1906 o Brasil tinha menos de 10 fábricas de tecidos e sua produção atendia apenas às necessidades mais rudimentares. Assim como em muitas outras áreas, o único padrão aceitável no vestuário era o importado.
Santos Dumont cortava o céu de Paris em 1900 com suas invenções. Ao Brasil chegava o primeiro carro de motor à explosão e a instalação da Light era um marco fundamental para o desenvolvimento da sociedade industrial e urbana.
O cinema contava com duas salas de exibição e era a principal diversão da elite.. A Belle Époque e o Art Nouveau são as referências visuais da época. Da França vinham os figurinos, o que fazer, o que vestir e as palavras para designar as peças do vestuário brasileiro.
Fraque e polainas, o nosso clima não combinava com a elegância importada. Os senhores vestiam casimiras inglesas com colarinhos altos e as senhoras, vestiam saias compridas, amplas, cheia de subsaias, os traseiros em tufos, ressaltados por coletes de barbatanas de ferro, todas de cabelos longos enrodilhados no alto da cabeça, chapéu, botinas de cano alto, leque de seda ou gaze e as mãos sempre com luvas. A silhueta feminina era definida pela “roupa de baixo”, os espartilhos, uns corpetes rígidos que comprimiam o estômago e lançavam o busto para cima.
No início do século, as mulheres se renderam à moda de uma espécie de monobusto feito pelo peito de pombo e, para atingir o efeito, tinham que enxertar franzidos, rendas e laçarotes nos decotes, além de formar o próprio busto com armações especiais.
Os ares modernizadores determinam mudanças radicais na moda brasileira. O fim da Belle Époque e os prenúncios da I Guerra Mundial mudaram o comportamento. A moda reflete essa mudança e o progresso tecnológico, modifica a estrutura das roupas.
Quando se expandiu o uso da bicicleta, o trem, o carro e o bonde, exigiram uma moda mais prática. Influenciada pelo francês Paul Poiret, a mulher começa a querer roupas que apertavam menos a cintura e davam mais conforto. Os ombros, o colo e os braços passam a ser desnudados e a pele branca ainda é a mais louvada. Além do pó-de-arroz e das anilinas, Lugolina foi um dos primeiros cosméticos usados permanente e abertamente. Começam também a usar tintura para o cabelo.