NEGÓCIOS: CEO aos 28 anos, uma trajetória de sucesso no ramo de joias
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À frente da Céu de Prata, Yara Machado triplicou o faturamento da empresa quando viu uma oportunidade na pandemia e, em 2023, espera chegar a R$ 15 milhões em receita
O empreendedorismo feminino no Brasil é promissor. Quase metade dos pequenos negócios no país são hoje liderados por mulheres, segundo dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME). O contingente ultrapassa 30 milhões, em um universo de 52 milhões de empreendedores, conforme os dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, feita em parceria com o Sebrae.
Atualmente, mais de 40% das empreendedoras sustentam suas famílias com o dinheiro do negócio e, quando elas estão à frente da empresa, as coisas são diferentes. Essas mulheres priorizam contratações femininas e, se os negócios dão certo, investem em melhorar a educação dos filhos, o bem-estar da família e o entorno onde vivem – impactos que atingem toda a sociedade.
À frente de uma das principais empresas de vendas de joias do Brasil, Yara Machado é um exemplo desses impactos. A CEO e sócia da Céu de Prata lidera uma equipe formada 90% por mulheres, com trabalho também focado no universo feminino. Além das diversas coleções criadas em homenagem às mulheres, todas as embalagens da marca são desenvolvidas especialmente para elas. Para 2023, a expectativa da marca é chegar a R$ 15 milhões em receita, cerca de 15% a mais do que em 2022, quando o ganho foi de R$ 13 milhões.
Com atuação nas principais cidades do Brasil, a Céu de Prata trabalha com foco em mulheres de 18 anos a 45 anos com o poder aquisitivo B, C e D e já chega a 300 mil clientes. Além do próprio site, a empresa também está no Mercado Livre e na Amazon. Em 2023, começa o ano com parcerias com grandes players, como Shein, C&A e Giuliana Flores.
A empreendedora explica ainda que o sucesso crescente da empresa está ligado à natividade digital do projeto, ao investimento em campanhas orgânicas nas redes sociais e às Black Fridays, que a cada ano quintuplicam o faturamento do mês de novembro e atraem novo público.
Casada e mãe de dois filhos, Yara teve o primeiro contato com joias aos 8 anos, quando acompanhava a mãe no chão de fábrica do ramo. Aos 28 anos, já triplicou o faturamento anual da Céu de Prata desde que chegou à chefia.
"Sempre estudei em escola pública e não fiz uma faculdade de renome. Eu sentia que ninguém queria apostar em mim por ser mulher e mãe, mas agora que eu lidero um grande negócio faço tudo que não tive por minha equipe", conta a empreendedora.
O pulo do gato
A pandemia foi uma fase estratégica para a administradora de empresas. Em um momento delicado e marcado pelo isolamento social, Yara viu uma oportunidade em meio ao caos do coronavírus, com uma visão empreendedora e antenada no mercado.
A situação fez muitas lojas físicas fecharem às portas e a venda on-line se tornou uma alternativa segura e eficaz para o consumidor. Nesse cenário, a marca passou a investir mais na plataforma digital, nos sistemas de entregas e no posicionamento com o público. Ela idealizou o sistema "clique e retire", no qual o cliente pode comprar on-line e retirar os produtos quando quiser, presencialmente na loja.
Assim como Yara, outras empreendedoras se encontraram em meio às dificuldades da pandemia. Dados da RME mostram que o número de empresárias aumentou 40% no último ano. De todas as donas de pequenos e médios negócios do país, cerca de 26% abriram suas empresas durante esse período.
Apesar das grandes dificuldades que as mulheres ainda enfrentam para uma justa equiparação em relação aos homens no mercado de trabalho, histórias como essa inspiram e demonstram o potencial do empreendedorismo feminino para os negócios, para as famílias e para a sociedade.
Segundo o Fórum Econômico Mundial (FMI), ainda são necessários 136 anos para que a igualdade entre homens e mulheres seja alcançada globalmente, mas Yara segue confiante no caminho. "As mulheres têm mais flexibilidade para tomar decisões e levam em conta fatores diversos, não apenas os impactos financeiros. Esse cenário permite gestões mais integradas e holísticas, que trazem resultados nos negócios, mas também qualidade de vida e engajamento para equipes e clientes. Quando uma mulher dá certo, a sociedade dá certo", analisa ela.
Mais informações no site: https://www.ceudeprata.com.br/.