O Brasil está na moda já faz tempo. Caminhe pelos árabes e judeus de Israel e um sorriso se abre quando alguém o reconhece como brasileiro. Ande pela Europa e ouça comentários como "Adoraria morar no seu país" ou "o Brasil é muito sexy". Neste ano, se não se lembram, os Estados Unidos descobriram que nós somos os turistas que mais gastam em viagens ao exterior e baixaram sensivelmente as habituais restrições e antipatias em relação à concessão de vistos.
Na mesma semana, o país se tornou a sexta maior economia do mundo, superando a Itália, que se aprofunda em crise, e hoje capitaliza o bom momento no G20, onde pode ser visto como aliado estratégico nesse momento dramático que a Europa atravessa. Muito embora o país ainda detenha um Índice de Desenvolvimento Humano desconfortável - 84º lugar entre 187 países, melhorando apenas uma posição em relação ao ano passado. O ranking leva em consideração expectativa de vida, escolaridade e renda per capita.
Estamos atrás de Chile (44º), Argentina (45º), Uruguai (48º) e Peru (80º) na América do Sul, e em segundo no bloco de potências emergentes da atualidade, logo depois da Rússia (66º), mas com um ritmo de avanço abaixo dos outros membros do bloco, China (101º) e Índia (134º), como destacou ontem a Folha de S.Paulo.
Em 2006, o mesmo relatório das Nações Unidas apontava o Brasil como o 69º da lista, que incluía dez países a menos. São números que devem ser olhados sempre através de lupa. O Brasil tem como atenuante o fato de que países gigantescos são mais propensos a ter dificuldades de implementar melhorias sociais de forma homogênea. Mas é imperdoável que esse bom momento econômico não consiga redundar em avanços significativos no cômputo geral.
É por isso que são bem-vindos todos esses movimentos contra a corrupção que afloram pelas redes sociais. Sem dúvida, a corrupção é o maior entrave para o processo civilizatório nacional. Se os ratos magros da corrupção conseguem sumir com R$ 85 bilhões apenas em 2010, no último cálculo estimado bombardeado enquanto estive em férias, tratam-se de inimigos que precisam ser encarados de frente pela população - principalmente quando vota.
Fonte: Destak Jornal