Há diversas abordagens para se pesquisar tendências. O coolhunting surgiu para estudar e analisar as tendências de comportamento jovem, focando seus interesses comuns, destacando suas atitudes inovadoras. Música, vestuário, filmes, artes e política são áreas pesquisadas pelos coolhunters, que evidenciam as novidades, o cool que pode gerar tendências de consumo.
Como já mencionado, o motivo de focar o comportamento desse grupo é pelo constante movimento que gera na busca incansável por um ideal, e pela necessidade de se identificar ou se diferenciar de um grupo social. Não se sabe, precisamente, quando surgiu o primeiro coolhunter, mas há quem possa ser considerada a primeira no ramo: Irma Zandl está sintonizada com diversos meios de comunicação, viaja a diversos lugares, sempre com sua câmera em mãos, registrando tudo que capta de diferente e inusitado. Quando iniciou sua carreira agia mais por intuição, mas ao criar seu próprio negócio, sabia que devia atuar com mais seriedade e metodologia. Irma Zandl é conhecida como uma das principais pesquisadoras americanas em comportamento do consumidor e análise de tendências. Com seus insights afiados mantém empresas atualizadas. Em seu trabalho utiliza técnicas de etnografia, mesas redondas e interação com o meio que a permite antecipar tendências emergentes e semelhanças no comportamento do consumidor.
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Irma Zandl |
Cada coolhunter possui seu estilo e técnica de pesquisa, mas o objetivo de todos, claramente, é o mesmo: identificar no universo jovem aquilo que é cool, que pode se transformar em tendência. O cool na língua inglesa, numa simples tradução significa algo legal, mas o sentido que a expressão quer passar vai muito além e não há uma tradução literal para o português. Cool representa um novo legal quando falamos em tendências culturais.
Cool é algo difícil de compreender, todavia não deixa de ser uma fonte natural extraordinária no mundo atual. É objeto invisível, impalpável e pode transformar um produto em algo completamente valioso. Quando um grupo particular de pessoas, denominadores consumidores alpha, começa a agir, a se vestir, a falar de determinada maneira, as pessoas não-cool irão segui-las. Consequentemente, essa busca pelo cool procura saber o que, dentre tudo que está acontecendo na sociedade, pode gerar uma tendência de consumo. O cool está relacionado também à cultura de rua. As ruas são o palco dos estilos. É lá que tudo acontece. As pessoas saem para exibir-se, para representar seu papel como indivíduos inseridos em uma sociedade diversificada e moderna. Então, é nas ruas, que os coolhunters agem. Essa moda de rua atraiu a atenção dos coolhunters, que captaram novas tendências e renderam milhões às empresas que adotaram suas ideias. Os coolhunters podem trabalhar de diversas maneiras. Alguns profissionais possuem seu próprio negócio ou trabalham atrelados a uma grande empresa que elabora pesquisas mundialmente. Em alguns casos, o trabalho de coolhunting não passa apenas de uma atividade secundária e os caçadores possuem outras profissões como fotógrafos, designers, estilistas, publicitários. Ainda, pode-se observar esse profissional atuando em revistas de moda e comportamento, onde os coolhunters saem às ruas com câmeras para registrar estilos originais, diferentes, para serem publicados e comentados nas edições.
Assim sendo, os coolhunters atuam em campo, em busca de novidades, de pessoas, de estilos e atitudes diferentes. Com câmera fotográfica, ou filmadora, e bloco de anotações, eles registram composições inusitadas e harmoniosas, que chamam a atenção, de maneira positiva. O objetivo é captar o que determinadas pessoas cool fazem que influenciam outras, para então se transformar em produtos de consumo. Para Irma Zandl, lugares como bares, raves, concertos e desfiles são ótimos lugares para entrar em contato com os jovens e manter-se conectado ao seu mundo e, com isso, estar atento às inovações. Viajar muito também faz parte da agenda dos coolhunters, para conhecer e entender a cultura e comportamento em outros lugares e fazer análises mais completas. Outra atividade do profissional é abordar de forma sutil e discreta o indivíduo que atraiu sua atenção, para conversar, trocar idéias e fazer anotações. Grandes empresas que elaboram pesquisas de tendência possuem coolhunters espalhados pelo mundo, o que facilita estarem integradas ao que acontece em toda parte.