Século XX - Anos 50
Seguiram-se 10 anos de intensa atividade na moda após o “new look”. A moda ressurge mais forte que nunca nas mãos e tesouras de Dior. As sobrancelhas arquearam e tornaram-se mais escuras. Os lábios se delinearam e a maquiagem tornou-se essencial. A atmosfera era de sofisticação, a beleza tornou-se um tema de muita importância, o luxo nas estolas e joalharias elaboradas predominavam. Era grande a procura por roupas para jovens e a indústria de roupas prêt-à-porter cada vez mais forte.
Enquanto os estilistas franceses tentam manter a supremacia, fora da cidade luz uma moda diferente das passagens de modelos desfilava entre jovens. O estilo dos estudantes de arte era o anti-luxo, com calças curtas, malhas simples, sapatos baixos, óculos escuros e preto. Entre os jovens americanos surge um novo grupo, que passa a ser conhecido como geração beat, que em português quer dizer beatitude. É o espírito de contestação que leva esses jovens, durante a Guerra da Coréia, a refugiarem-se numa falsa beatitude de conforto e certeza, no seio da sociedade de consumo gerada pelo velho sonho americano. A origem do nome Beatles vem do termo beat, a “beatlemania” de toda uma geração.
Um fator determinante no mundo da moda e no mercado foi a cultura juvenil, que já não podia mais ser ignorada, pois foi ainda nos anos 50 que se começa a notar uma certa rebelião da juventude contra a geração mais velha, atarefada em reconstituir uma prosperidade perdida nos anos da guerra. O rock and roll e o seu ídolo, Elvis Presley, tornaram-se extremamente importantes para a juventude do mundo ocidental. A forma de dançar, provocante e sensual, de Elvis Presley e o seu estilo de vestir entusiasmavam de sobremaneira a juventude, desencadeando uma verdadeira histeria de massas, sobretudo entre o público feminino. Como seria de esperar, o cinema também difundia a nova forma de estar na vida e a nova moda. Fúria de Viver, com James Dean, foi um dos filmes que melhor exprimiu os sentimentos dos jovens, onde o ator questiona os valores superficiais e hipócritas da classe média aburguesada. Presley e Dean, ídolos da juventude dos anos 50, são fenômenos característicos da tendência de prolongamento da adolescência, que teve o seu início justamente nessa década.
Nos anos 50, começam a ser exportadas para a Europa as calças de ganga, onde depressa se impuseram, principalmente devido aos valores emocionais que sugeriam, como a liberdade ou a masculinidade. As calças de ganga, como peça de vestuário informal e por ser originalmente vestuário de trabalho, estavam como que predestinadas a serem usadas como instrumento de protesto contra a burguesia estabelecida. Hoje em dia, passaram a ser usadas em qualquer ocasião, fazendo parte do guarda-roupa básico da maior parte das pessoas, e perderam quase por completo o seu potencial de rebeldia.
Marilyn Monroe e Brigitte Bardot foram os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 que eram uma mistura dos dois estilos, a devastadora combinação de sensualidade e ingenuidade.
Tendo recuperado todo o seu prestígio, a alta-costura evolui graças aos jovens que entram nesse mercado: Pierre Cardin abre sua casa em 1953, Gabrielle Chanel volta com força total em 1954, e vê difundido e copiado seu tailleur-cardigan. Depois da morte de Dior, Yves Saint Laurent, na altura com 21 anos e novo diretor da famosa casa, foi um impulsionador revolucionário da moda. Em 1958, lançou a linha trapézio, o oposto das linhas cintadas que se usavam até à data. A linha trapézio iria ser exatamente importante para o desenvolvimento da moda nos anos 60. Em 1959, a boneca Barbie foi desenvolvida e comercializada nos EUA, sendo pouco tempo depois exportada para a Europa.