Na moulage existem profundas diferenças quando comparado com o método tradicional, uma das quais e talvez a mais importante é que a pesquisa em design não é um processo estático, mas sim um processo continuado e interativo com o processo de desenvolvimento experimental do produto.
A pesquisa em design neste método, não se esgota no conhecimento do mercado, do consumidor e das tendências de moda, engloba ainda o conhecimento profundo dos materiais e a sua relação com a silhueta. Trata-se de um processo que além de refletido é experimental e interativo, logo é um processo dinâmico.
Tal como se pode observar, a fase de pesquisa existe em interação com as de desenvolvimento do produto e de prototipagem. Nesta interação que se pretende ser dinâmica, as questões relacionadas com a pesquisa formal são trabalhadas experimental e dinamicamente com a silhueta, formas, linhas, proporções, cores, texturas, corte, com o estudo dos métodos de produção e o desenvolvimento experimental da peça de vestuário. Esta fase só termina quando se atinge o produto final, já pronto e, ao mesmo tempo, se obtém o conhecimento que permite a produção industrial do mesmo.
A grande diferença para o método tradicional é a obtenção de um conhecimento muito mais sólido sobre os materiais, tanto sobre o próprio produto quanto a sua construção. Espera-se assim construir uma base sustentável que permita uma evolução no sentido de tornar cada vez mais viável o desenvolvimento deste tipo de produtos.
Esta abordagem ao desenvolvimento de produtos de moda combinando algumas das fases do processo tradicional com as técnicas de moulage permite garantir a aparência do produto final tanto em termos estéticos como funcionais, pois baseia-se no conhecimento das propriedades dos materiais através da experimentação. Assim é possível tirar-se um maior partido dos materiais a usar e construir uma base de conhecimento progressivamente maior neste domínio. A experimentação permite ao mesmo tempo refletir sobre a interação do binômio silhueta-materiais na forma do produto final, explorando de forma mais dinâmica a criatividade emocional do designer, permitindo uma inovação integrada nos produtos criados.