Os profissionais mais antigos costumam dizer que os jovens não querem trabalhar. É comum, e talvez seja esta uma das principais discussões do mundo empresarial, a qual envolve conciliar a cabeça de outrora com o comportamento da chamada Geração Y, a atual, cujos valores colidem com alguns muitos de seus chefes. Embora a relação funcionário-patrão – modernizada para o tal colaborador-líder – esteja calcada em valores, sobretudo os salariais, entender a relação de comportamento entre um e outro é fundamental para o desenvolvimento.
Não por menos, foi realizado esta semana o 1o Fórum Sobre Desafios Para a Ciência e Tecnologia de Piracicaba, organizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, em parceria com entidade, no anfiteatro do Centro Cívico, com a participação do prefeito Barjas Negri, e outros especialistas, para debater a conciliação entre ciência e tecnologia no parque produtivo local. Num evento como este, não há como abster-se do debate sobre o confronto entre nova e velha gerações, como ficou claro na palestra de Eduardo Sakemi, superintendente de tecnologia e educação do Centro de Integração Empresa/Escola (CIEE).
Sakemi explanou, conforme reportagem de A Tribuna (edição de ontem, assinada por Felipe Poletti), sobre os instrumentos para o desenvolvimento da relação entre universidade e empresa. “O CIEE luta por esta integração. Dar abertura ao jovem formado”, disse, para, em seguida, entrar na questão comportamental. “Por conta da tecnologia, há um conflito de gerações (...) temos as gerações que criaram as empresas como elas são, temos aquela que participa do crescimento das empresas e a que quer fazer parte da empresas”, interou.
Trocando em miúdos, como as mudanças tecnológicas são muito rápidas, acaba-se criando um abismo cada vez mais profundo entre aqueles que estão à frente das empresas e seus novos profissionais, estabelecendo essa relação de conflito, ou, às vezes, até de confronto, de difícil compreensão. O “problema” é que nenhum vive sem o outro, nem o gestor sem o profissional, nem o profissional sem o gestor. Assim, está na capacidade do diálogo não só a sobrevivência de uma empresa, mas como o mercado local estabelecerá um comportamento capaz de absorver o domínio das novas tecnologias em suas empresas.
Organizar um “Fórum Sobre Desafios” torna-se, como salientou o presidente do Simespi, Tarcisio Mascarim, “fundamental e deveria acontecer todo o ano, porque é uma discussão recorrente”. E ele está certo. Como a região de Piracicaba está no “olho do furacão” do desenvolvimento atual, as mudanças tecnológicas, no mundo do trabalho e, portanto, comportamentais por aqui também são acentuadas, resultado desta abertura do município. Então, vai ser a capacidade dos profissionais, experientes e jovens, em criar sinergia entre seus conhecimentos e suas deficiências o fiel da balança das gerações futuras.