Hermès é uma empresa francesa fundada em 1837 por Thierry Hermès como produtora de arreios para cavalos. Ao longo do tempo passou a produzir diversos produtos de luxo.
Produtos como gravatas, lenços e cachecóis são produzidos com seda proveniente do Brasil.
A marca é especialmente famosa por seus produtos de couro. No caso de qualquer avaria, os clientes são orientados a retornar o produto às lojas da Hermès, para que os mesmos sejam consertados pela oficina central em Paris.
As marcas de perfume da Hermès abrangem Kelly Calèche, Eau de Marveilles, 24 Faubourg, Calèche, Rouge Hermès, Hiris, Parfum d'Hermes e Amazone. Fragrâncias masculinas incluem Terre D'Hermès, Rocabar, Equipage, Bel Ami, Eau d'Orange Verte, Un Jardin sur le Nil, Un Jardin en Mediterranee, Eau D'Hermès e Hermèsence.Sua peça mais famosa é a bolsa Kelly.
Seus lenços são estampados com cavalos, escudos reais e índios. Suas bolsas e acessórios são escandalosamente laranjas em formatos estranhos. Seriam cafonas se não fossem assinadas pelo bom gosto da marca francesa HERMÈS (se pronuncia “êrmés”), sinônimo mundial de sofisticação em artigos de luxo com suas peças elegantes. A marca se especializou em vender sonhos, em traduzir, através de seus produtos, sua filosofia de trabalho e sua forma de enxergar o mundo, como confirma a frase “os melhores presentes vem em uma caixa laranja”. A marca francesa representa o que há de melhor (e mais caro) no mundo do luxo.
A tradicional e sofisticada marca francesa HERMÈS, que ficou conhecida mundialmente pela cor laranja, começou sua história em 1837 quando um seleiro, Thierry Hermès, abriu uma oficina em Paris onde vendia acessórios em couro como baús para carruagens, selas, rédias, estribos, cintos com porta-moeda, botas e luvas (tanto longas como curtas). A oficina, localizada na parte de Paris conhecia como Grands Boulevards, onde na época soavam os cascos dos cavalos, foi chamada inicialmente de Caléche, que depois daria nome a um dos mais conhecidos perfumes da grife. Em 1880 foi instalada uma sofisticada loja no número 25 da rue Faubourg Saint-Honoré, época em que o filho de Thierry tomou conta dos negócios e passou a vender selas de cavalos para a aristocracia. Com o advento do automóvel, a marca se reinventou. A técnica do pesponto no couro foi adaptada às linhas de bagagens, bolsas e carteiras em 1918. Uma das novidades da década de 20 foi o lançamento, em 1923, das bolsas com zíper, uma grande novidade para época. Ainda nesta década, seu neto, Émile-Maurice, começou a desenhar roupas feitas de couro de veado. Isto culminou com o lançamento da primeira coleção feminina no ano de 1929.
O principal negócio da empresa era a produção artesanal de peças de couro, apesar de ter-se tornado famosa por dois produtos: lenços de seda com motivos eqüestres e a bolsa de couro em forma de trapézio chamada “Kelly”. Esta bolsa deve a Grace Kelly a fama internacional que conquistou. A bolsa de couro Grace Kelly foi criada em 1935 e tinha um formato que lembrava um trapézio e a alça curta. O nome, adotado oficialmente em 1956, foi uma homenagem da marca à princesa de Mônaco, afinal ela jamais se separava da sua bolsa HERMÈS, principalmente em suas freqüentes aparições na cultuada revista americana Life.
Em 1940, quando a Segunda Guerra Mundial fez praticamente sumir o estoque da embalagem de cor bege utilizada pela grife, precisou ser trocada pela única cor disponível: laranja. Era o início do surgimento de um símbolo da marca. Rapidamente, ter um produto embalado numa caixa laranja, sua cor oficial, passou a ser objeto de desejo de ricos e famosos. Quando Émile-Maurice morreu em 1951, seu genro Robert Dumas assumiu o comando da marca. Ele foi o responsável pela introdução das gravatas, malas de viagens, toalhas de praia e perfumes da marca no mercado. A tradição de criar objetos para a casa vem desde a origem da marca. No início, eram produzidas apenas pequenas peças como cinzeiros e toalhas. Em 1974, surgiu o departamento Maison, na loja de Faubourg, em Paris, com a venda dos primeiros conjuntos de toalhas impressas, conhecidas como Léopards. Atualmente, o departamento de lifestyle do grupo desenvolve coleções de mobiliário para escritório, mesa e tapeçarias. Nos anos 80, a marca francesa conquistou um ar despretensioso, sem jamais perder o glamour. Depois de uma passagem gloriosa do designer belga Martin Margiela, a HERMÈS contratou em 2003 o renomado Jean-Paul Gaultier para assumir o posto de estilista da grife. Gaultier, que ficou sete anos no comando criativo da marca, foi substituído em 2011 por Christophe Lemaire, que assumiu a divisão de prêt-à-porter.
A chave do sucesso da grife francesa sempre foi à elegância e a sobriedade em suas coleções. HERMÈS não é uma marca que segue qualquer estilo. Na verdade, dita tendências, faz estilo. Sua união entre tradição e inovação, entre tecnologia e talento, é o segredo que confere tamanho frescor a uma marca nascida no século 18, que enlouquece as mulheres sofisticadas ao redor do planeta com suas famosas bolsas e echarpes. A demora em conseguir os itens mais celebrados da marca, como a Kelly, uma tradicional bolsa executiva, e a Birkin, feita especialmente para Jane Birkin (que é co-autora da bolsa), gerou uma das maiores lendas envolvendo a HERMÈS: a fila de espera. Atualmente a sexta geração da família ainda está no comando da empresa, representada por Pascale Mussard, que ocupa o cargo de diretora internacional.
A linha do tempo
1923
● Lançamento da bolsa BOLDIE, primeiro modelo a ter zíper como fecho.
1930
● Lançamento da bolsa PLUME, com seu retângulo clássico carregado por Catherine Deneuve.
1951
● Lançamento do primeiro perfume da marca chamado Eau d’Hermès.
1958
● Lançamento da bolsa TRIM, feita de lona com bordas de couro, uma das preferidas de Jack Kennedy.
1961
● Lançamento do perfume CALÉCHE, um dos mais famosos da história, que possuía uma fragrância deliciosa, suave e refrescante, resultado de uma combinação de essências de néroli, bergamota, limão, lírio-do-vale, sândalo e vetiver.
1969
● Lançamento da bolsa CONSTANCE, modelo a tiracolo com fecho de ferragem em forma de H.
1972
● Lançamento da primeira coleção de sapatos femininos.
1976
● Lançamento dos famosos braceletes esmaltados.
1984
● Lançamento da bolsa BIRKIN, uma criação conjunta da cantora Jane Birkin e do presidente da empresa Jean-Louis Dumas. Geralmente o preço desta bolsa, um dos maiores sucessos até os dias de hoje, começa em US$ 6.000 e pode alcançar facilmente 5 dígitos. A preciosidade pode ser encontrada em vários tamanhos: 25, 30, 35 e 40 cm de largura. A bolsa é a queridinha entre as celebridades, como a inglesa Victoria Beckham, que possui cerca de 100. A mais desejada das Birkin é feita de couro de crocodilo, de cativeiro, que chega a custar €35 mil.
1996
● Lançamento do perfume 24 FAUBOURG.
1999
● Lançamento do perfume HIRIS.
2000
● As sofisticadas porcelanas da marca passam a serem vendidas em suas lojas.
2005
● Lançamento do comércio on-line para a venda de seus produtos sofisticados. Os produtos somente são entregues na França, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
2007
● Foi responsável pela criação do helicóptero mais sofisticado do mercado. Tendo como base o elegante modelo EC135 da Eurocopter, o interior do veículo aéreo da grife francesa foi concebido pelo designer italiano Gabriele Pezzini, seguindo a tradição de luxo e sobriedade da marca até o último detalhe. Equipado com bancos forrados de pele, frigobar e oferecendo um grande conforto, o helicóptero se torna o transporte ideal para viagens aéreas de pequena e média distância. Tendo a produção limitada a seis unidades anuais, o EC135 HERMÈS poderá ser personalizado pelo cliente, não só na cor exterior, como igualmente nos materiais utilizados na cabine.
● Lançamento da LINDY BAG, charmosa bolsa que possui várias facetas, é dobrável, tem dois compartimentos distintos e pode ser usada como bolsa de mão ou a tiracolo.
2010
● Lançamento do perfume unissex Voyage D’Hermès, inspirado e idealizado por Jean-Claude Ellena perfumista da marca. O novo perfume tem um cheiro almiscarado, fresco e arborizado. Vem em um frasco especialmente concebido e inspirado em uma lupa e possui uma tampa de alumínio que gira revelando o spray.
● Lançamento de uma coleção exclusiva de jóias desenhada por Pierre Hardy. A HERMÈS, que até então só vendia jóias em prata, estreou no segmento da alta joalheria com 14 peças que remetem às raízes eqüestres da marca e levou dois anos para ser concluída. As jóias são feitas sob medida ao gosto do cliente.
● Inauguração de sua primeira loja dedicada exclusivamente ao segmento masculino, localizada na Madison Avenue em Nova York. A enorme loja possui quatro andares.
O símbolo
Audrey Hepburn usou-os envoltos na cabeça. Grace Kelly fez deles uma tipóia. Madonna preferiu pendurar na alça da bolsa. O primeiro lenço de seda HERMÈS, conhecido em francês como “carré” e inspirado nos modelos usados pelos cavaleiros, foi lançado em 1937 e rapidamente se tornou objeto de desejo de milhares de mulheres que o ostentavam como um sinal de classe e poder. Para a promoção desta peça de 90 centímetros e pintada à mão, muito contribuíram nomes famosos como a rainha Isabel II da Inglaterra, Grace Kelly, Audrey Hepburn, Catherine Deneuve, Jacqueline Bouvier Onassis e mais recentemente Sharon Stone, Sarah Jessica Parker, Hillary Clinton, Elle Macpherson e a cantora Madonna. Ao longo dos anos um dos principais ícones da grife francesa inovou: em 1980 o modelo original foi modificado e surgiu o modelo Plissé, com efeito plissado; em 2001, Martin Margiela, na época diretor artístico da marca, concebeu uma versão mais alongada; e ainda surgiram os carrés “tecnológicos” como Eva e Flacons, o primeiro a prova d’água e o segundo perfumado.
Desenhados por artistas conhecidos, os lenços seguem um longo processo de fabricação, que pode chegar a 30 meses, e necessitam em média de 24 cores diferentes. São vários modelos, longos, triangulares e quadrados, e o mais famoso é o carré Hermès, de 90×90 cm. Um luxo tipicamente francês. O sucesso destes lenços não se mede apenas por quem os usa, mas também pelo número de pessoas que os compram: a cada 25 segundos é vendido um novo exemplar em algum lugar no mundo, principalmente no período do final de ano. Por ano são lançadas duas coleções contendo 12 lenços que custam em média US$ 375 cada. Os tradicionais lenços de seda são feitos, até hoje, em um ateliê em Lyon (região sudeste da França) de forma artesanal. Calcula-se que já tenham sido fabricadas 2.500 estampas por diferentes designers e artistas plásticos.
A produção
Cada produto HERMÈS é exclusivo. Ainda hoje, mais de 165 anos depois de sua fundação, a empresa continua trabalhando com o mesmo padrão de qualidade e sempre primando pelo trabalho artesanal, pela exclusividade dos produtos e pelo valor agregado em cada peça. A HERMÈS se orgulha de ser uma empresa moderna, atual, mas que nunca deixou de perder sua identidade e preocupação em elaborar produtos que sejam fruto do talento humano, muito mais que da tecnologia. Diariamente, cada um dos 620 artesões que trabalham nas 33 fábricas do grupo se dedica a produção de uma única peça, do começo ao fim do processo. A HERMÈS definitivamente não foi afetada pelas idéias do americano Henry Ford, que criou a linha de montagem. Cada artefato que sai de seus ateliês é assinado pelo profissional que o fez, permitindo rastrear com precisão eventuais defeitos de cada peça. A produção escassa é o que garante a HERMÈS uma aura de exclusividade. Essa situação é mais evidente no segmento de bolsas, o produto de maior sucesso da empresa. Para ter acesso a alguns dos modelos Birkin ou Kelly, os mais cobiçados do planeta, é preciso esperar dois anos e pagar cerca de R$ 20.000. Apesar de relativamente pequena, a HERMÈS tem conseguido se destacar em meio a um universo dominado por poderosos e gigantescos conglomerados de luxo. Para garantir este status a marca mantém uma intransigência quase visceral em relação aos padrões exigidos para as matérias-primas empregadas na confecção de seus artigos.
No início de 2007, os diretores da empresa dispensaram um lote inteiro de pele de crocodilo simplesmente porque a tonalidade apresentada pelo couro do animal, levemente amarelada, não condizia com a cor esperada pela marca. As clientes que estavam na fila à espera de uma bolsa feita com o material, uma das mais caras da grife francesa, estimada em R$ 80.000, tiveram que se conformar com um novo prazo de entrega, dois anos mais tarde. Apesar deste incidente, não houve desistência nos pedidos. Por isso, hoje em dia, existem filas de espera quilométricas para alguns desses produtos, com destaque para os acessórios de equitação e as bolsas Kelly e Birkin. Recentemente a HERMÈS investiu na criação própria de crocodilos para produção de couro e assim confeccionar boa parte de seus produtos. E, para garantir a integridade da pele do animal, deixa os bichos separados, para não brigarem. Tamanho cuidado reflete no preço e na escassez da peça. Uma “Birkin Croco” é quase tão rara quanto uma jóia de rubi. Além das famosas bolsas da grife, existem outros produtos que levam o nobre - e caro - material. Um deles é o relógio de mesa recém-lançado.
Uma bolsa HERMÈS que precise de conserto será reparada pelo mesmo artesão que a confeccionou. Da mesma forma, os perfumes são pensados, elaborados e produzidos como verdadeiros poemas. Eles são criados a partir da inspiração do perfumista Jean Claude Ellena e de seu talento para transformar, como ninguém, mensagens em aromas. São viagens de sensações e de alma.