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O século XVII chegou trazendo para a humanidade a Revolução Científica, um período de grande transformação intelectual. A tentativa de conhecer os segredos da natureza fez do homem um grande observador que passou também a sistematizar suas experiências.
Da Itália partiu o estilo Barroco e Velázquez, Rubens, Rembrandt, Caravaggio entre outros, difundiram o estilo expressivo nos efeitos de luz e sombra nas pinturas, ornamental e opulento na arquitetura, buscando retratar a emoção humana.
No que diz respeito à moda, não havia uma corte capaz de ditar modos e modas. Não havia na Europa uma unidade nas vestimentas, elas variavam de acordo com o país.
De uma forma geral, na moda masculina o gibão se ampliou, os cullotes além de justos, cresceram até abaixo dos joelhos, as botas eram adornadas, uma casaca de tecidos sofisticados como veludo ou brocado e usavam longos cabelos naturais, porém o uso de perucas tornou-se um hábito de moda e um dos elementos mais importantes da elegância masculina.
Em 1660 a corte de Versalhes se impôs para o restante da Europa com os novos padrões sociais, criando boas maneiras, etiquetas, modos e principalmente, moda.
A renda estava em evidência para ambos os sexos, assim como o rufo que foi se transformando em gola caída, apoiando-se enormemente sobre os ombros.
Por volta de 1680, por influência oriental, os homens começaram a usar uma túnica longa que foi se encurtando e se transformou na veste e em seguida, em colete.
Surgiu uma espécie de gravata de renda ou de tecido adornado de renda. Os ingleses usavam meias de seda, chapéus com copa alta e abas largas. O único elemento de masculinidade visível era um pequeno bigode.
Para as mulheres, uma sobreposição de anáguas sob uma saia mais arredondada, uma camisa de manga curta, sobrecamisa com decotes acentuados e mangas até os cotovelos e cinturas finas, marcadas pelo corpete em tecidos luxuosos nas cores vermelho escarlate, vermelho cereja, azul escuro e cores mais claras como rosa, azul céu e amarelo pálido.
Elas ainda usavam perucas com um penteado à La Fontange (uma das preferidas de Luís XIV) com ares de despenteado, preso por fitas, que com o tempo passaram a ser incrementados com rendas, toucas e armações.
Um complemento curioso no século XVII foi o uso das mouches de beauté (moscas de beleza), aspecto de pinta feita de seda preta em desenho inusitado como meia-lua, estrela e coração, de material colante por trás para serem aplicadas sobre a face. As grandes moscas com motivos do tipo sóis, pombas, carruagem e cupidos foram a pura essência do excesso Barroco.